Mais de 2 metros!

Tartaruga-gigante ameaçada de extinção é resgatada pela UFPR, mas morre dias depois

Uma força-tarefa foi organizada para o resgate e a assistência ao animal.
Uma força-tarefa foi organizada para o resgate e a assistência ao animal. Foto: Divulgação.

Uma tartaruga-gigante de 1,95 metros (Dermochelys coriacea) foi encontrada viva encalhada na praia de Itapoá Norte, em Santa Catarina, e foi resgatada com o apoio de profissionais do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Uma força-tarefa foi organizada para o resgate e a assistência ao animal. Porém, durante a madrugada do dia 23, a tartaruga não resistiu. A espécie está criticamente ameaçada de extinção.

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Segundo o LEC, os profissionais da equipe da Universidade da Região de Joinville (Univille), via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), fizeram o primeiro atendimento em campo. O diagnóstico inicial indicava que a tartaruga precisaria ser encaminhada para reabilitação. O centro estruturado para este atendimento mais próximo ao local do encalhe era o da UFPR, no Campus Pontal do Paraná – Centro de Estudos do Mar (CEM). 

A espécie está criticamente ameaçada de extinção.
A espécie está criticamente ameaçada de extinção. Foto: Divulgação/UFPR.

Em ação colaborativa, as equipes PMP-BS do LEC e da Universidade de Joinville fizeram o transporte do animal de Itapoá até Pontal. O trajeto entre os municípios durou cerca de três horas. A tartaruga morreu pouco tempo após sua chegada à praia de Pontal do Sul.

“Um indivíduo deste porte e pertencente a uma espécie tão ameaçada demanda de todo o conhecimento disponível e de um esforço integrado para potencializar a chance de sucesso de tratamento”, explica a bióloga Camila Domit.

De acordo com Camila, a espécie é muito sensível ao cativeiro, ao transporte e ao processo de reabilitação. Ambas as equipes declararam que “sentiram profundamente a perda do animal, ainda mais por ser uma tartaruga fêmea, adulta e madura sexualmente”, um indivíduo que tinha potencial de colaboração para recuperação da espécie.

Uma força-tarefa foi organizada para o resgate e a assistência ao animal. Foto: Divulgação.

Sobre a espécie

A tartaruga-gigante é uma espécie globalmente ameaçada de extinção. De acordo com informações do Projeto Tamar, seu peso pode chegar a 500 kg e sua carapaça pode medir até 182cm de comprimento curvilíneo. Os estudos apontam que ela vive em zonas tropicais e temperadas dos Oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, mas se aproxima das regiões costeiras em períodos onde há mais disponibilidade de alimento, como as águas-vivas. No Brasil, essa tartaruga costuma buscar alimento nas regiões sudeste e sul.

A espécie é avistada em regiões costeiras na época de desova. O litoral norte do Espírito Santo, próximo à foz do Rio Doce, é a área mais conhecida de desovas regulares do animal. No Paraná, não é comum avistar a espécie, mas já foram registradas fêmeas em atividades de desova em 2007, 2009, 2014 e 2020. Também já houve registros dessa espécie no estado em atividade de alimentação. 

Ao encontrar tartarugas marinhas debilitadas ou mortas nas praias de Pontal do Paraná, é possível acionar a equipe do PMP-BS/LEC do CEM da UFPR pelo 0800 642 33 41 ou pelo WhatsApp (41) 9 92138746.

Com informações da Comunicação do LEC da UFPR

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