Uma tartaruga-gigante desovou cerca de cem ovos na madrugada de quinta-feira (31) na beira da praia de Pontal do Sul, em Pontal do Paraná, no litoral do Paraná. A espécie Dermochelys coriácea está ameaçada de extinção e deve retornar ao mesmo local daqui uma semana para nova desova. A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (PMP-BS/LEC/UFPR), acompanha esta rara aparição nas praias paranaenses.
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A área em que a tartaruga postou os ovos está isolada para ser preservada de curiosos. A Dermochelys coriacea é a maior espécie de tartaruga marinha existente e pode pesar até 700 quilos. Vive geralmente na zona oceânica durante a maior parte da vida e se aproxima da areia apenas quando está busca de alimentos. Em geral, a espécie começa a se reproduzir após os 20 anos e a única área regular de desova conhecida no Brasil situa-se no litoral norte do Espírito Santo (região de Regência, ES).
A bióloga e pesquisadora da UFPR, Camila Domit, acredita que o animal irá retornar ao mesmo ambiente para nova desova e reforça que a espécie está criticamente ameaçada de extinção. “A tartaruga possivelmente voltará para nova desova, podendo subir a praia para deposição de ovos até dez vezes na mesma temporada. A tartaruga-gigante é uma espécie criticamente ameaçada de extinção e precisa de todos os cuidados e monitoramento especializado de dia e de noite durante todo seu período reprodutivo”, disse Camila.
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Vale lembrar que a população não pode interferir em nenhuma etapa do processo, pois molestar animais é crime conforme legislação ambiental vigente. A orientação é de não mexer nem tocar na tartaruga (caso ela volte), e evitar de frequentar o local. Isso vale para qualquer animal marinho, tanto para os que encalham devido a algum problema de saúde quanto para os que encontram local para reproduzir como a tartaruga-gigante de Pontal.
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Desova raramente acontece no Paraná
As ocorrências reprodutivas anteriores desta espécie de tartaruga no Paraná foram em 2007, 2009 e 2014, e se referia a um mesmo animal identificado que acabou indo a óbito, provavelmente devido à captura incidental em atividades pesqueiras (o animal tinha marcas e a presença de anzóis de pesca comercial). Liana Rosa, bióloga e gerente operacional do PMP-BS/UFPR, afirma que é um privilégio monitorar e compartilhar informações sobre a espécie. “A tartaruga-gigante é um animal resistente que habita nosso oceano há milhões de anos, mas está exposta a diversos tipos de impacto. Apesar de sua magnitude, é sensível às mudanças e à degradação ambiental. Sua reprodução geralmente não tem alto sucesso em percentual de nascimento de filhotes e sobrevivência deles até a vida adulta”, disse Liana.