50 anos

Lotérica de Curitiba comemora ‘Bodas de Ouro’ da sorte: conheça a Talismã

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Ana Carolina, Wania e Débora Borgias Bacin. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Bastante comum e muito frequentada, a lotérica faz parte da cultura do brasileiro e é essencial na vida de muitas pessoas. Uma das primeiras de Curitiba, a Talismã Loterias, localizada no bairro Hauer, completou 50 anos em julho e, desde quando foi fundada, em 1973, continua sendo um negócio familiar. Atualmente, o negócio é comandado por Débora Borgias Bacin e Ana Carolina Borgias Bacin, terceira geração envolvida no empreendimento.

A mãe das meninas, Wania Maria Borgias Bacin, conta que os pais dela – Gustavo Borgias e Maria Santos Borgias – começaram o negócio quando ela tinha 15 anos. “Fomos a primeira lotérica na região do Hauer e uma das primeiras em Curitiba”, diz.

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Ela explica que a família, composta por ela, pelos pais e mais dois irmãos, morava em Paranaguá. Quando ela tinha 13 anos, eles se mudaram para Curitiba. Na época, Gustavo queria achar um negócio consolidado e, por isso, ficou associado de um amigo que tinha uma lotérica. Tempo depois ele foi avisado de que não havia loterias na região do Hauer. E foi aí que Gustavo decidiu abrir por conta a Talismã.

Wania relembra que a loteria funcionava apenas para jogos e tinha horários diferentes na época: as apostas encerravam na quinta-feira e as casas fechavam somente à meia-noite. Ela confirma que tinham clientes até o último horário.

Os anos passaram e as loterias ganharam importantes novas funções, como receber contas, realizar saques, depósitos e fazer até empréstimos. O tempo também impactou a história da Talismã, que foi passando por gerações e hoje é administrada pelas filhas de Wania, Ana Carolina e Débora.

Modernidade para continuar no mercado

Assim como Wania, as filhas cresceram envolvidas no negócio da família. Desde cedo ajudavam quando era necessário e hoje são as principais responsáveis pela Talismã. Ana Carolina está há mais tempo do que Débora, que é formada em Direito e que começou a trabalhar na lotérica durante a pandemia da covid-19, para ajudar a família.

Inspiradas nos pais e avós, as meninas sempre buscam estar animadas e felizes, pois acreditam que a lotérica é um espaço que precisa de muita positividade. “O nosso diferencial é que a gente torce mesmo pelo cliente. A gente vibra”, afirma Débora.

Lotérica Talismã, em 2003. Foto: arquivo pessoal.

Além do bom atendimento, Ana Carolina acredita que é fundamental a modernização. Ela descreve que foi durante a pandemia que a família encontrou novas formas de atender as pessoas e garantir a estabilidade do empreendimento.

Como foi considerada serviço essencial, a loteria continuou aberta, mas muitos clientes deixaram de frequentar o espaço, pois não estavam saindo de casa. Foi por esse motivo que a Talismã começou a fazer atendimentos por WhatsApp.

Esse formato fez tanto sucesso que ele continuou sendo utilizado mesmo depois do fim da pandemia. “Hoje a gente tem cliente que nem conhece. Tem de São Paulo, Londrina, Paraíba, Minas Gerais. É um sinal de modernidade”, diz Ana. Pelo celular, Ana cita que fazem as vendas e também o serviço de pós-venda, como a conferência dos jogos.

Talismã Loterias tem clientes fiéis e vencedores

Depois de 50 anos, a relação com os clientes é profunda. Wania brinca que a Talismã é como uma sala de visitas, pois além do atendimento muitas pessoas dão uma passadinha apenas para conversar.

“Nós temos clientes há 50 anos. Clientes fiéis. Eu acho que a nossa alegria é ver o cliente feliz, sendo bem atendido. Tem cliente que vem todos os dias, só para dar um bom dia para gente”, diz Wania.

Nelson Fernandes, apostador e freguês antigo, e Wania Maria Borgias Bacin. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Um desses companheiros fiéis da Talismã é Nelson Fernandes, que há 40 anos mora no Boqueirão, bairro vizinho do Hauer, e conhece todas as gerações da família Borgias que foram responsáveis pela empresa.

Ele lembra, inclusive, de uma história antiga com a mãe de Wania. “Eu passei na lotérica antes do trabalho e fiz um joguinho lá. Mas eu estava atrasado. Dei R$ 50 e saí correndo, não peguei troco, nem recibo. Quando eram 18 horas eu passei ali e pensei que se ela não lembrasse de mim, não teria problema, fazer o que”.

Mas para a surpresa de Fernandes, a mãe de Wania lembrou e, antes que ele pedisse, ela deu o troco. O cliente teve uma alegria ainda maior quando ganhou o prêmio da quadra com o jogo que fez lá.

Toda a positividade mandou a sorte para o lado da Talismã. Débora destaca que já tiveram vencedores no prêmio principal da Quina de São João, na quina e quadra da Mega-Sena e em alguns bolões. “Ainda não pegamos o prêmio principal da Mega-Sena, mas a gente espera que em breve tenhamos essa alegria”, comenta.

Ela também reforça que parte do valor arrecadado com as vendas é destinado para programas sociais.

Com orgulho de ver o amor que as filhas têm pelo negócio, Wania prestigia o sucesso da Talismã. “Deu super certo. Eu acho que mesmo com todas as dificuldades a gente nunca desistiu porque gostamos do que fazemos. E agora está em excelentes mãos. Elas [as filhas] fazem tudo com muito amor e dedicação”.

É acreditando, sempre renovando o próprio negócio e vibrando por todos os clientes que a família Borgias espera construir, no mínimo, mais 50 anos de histórias da Talismã Loterias.

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