De cabeça baixa, Diogo Roberto Cardoso Costa, 24 anos, negou ter assassinado Robson José Alves em 17 de janeiro de 2016. A vítima tinha 29 anos e foi executada à queima-roupa, com um tiro na nuca. O suspeito foi preso na sexta-feira (10).
“Eu conhecia ele, mas não matei ninguém. Falar todo mundo fala, eu quero ver provar”. Segundo a polícia, quem apontou Diogo como autor do crime foi o comparsa dele, Higor Gomes Carneiro, 20, preso na semana passada, na rua onde mora, no bairro Santa Cândida, em Curitiba.
“Esse rapaz confessou que participou do crime, que viu tudo, e contou que foi o Diogo quem fez o disparo”, afirmou a delegada Sabrina Alexandrino, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Diogo estava foragido e foi localizado durante uma abordagem da Polícia Militar na Vila Osternack, entre os bairros Novo e Sítio Cercado, também na capital. Ele estava na companhia da namorada no momento da prisão. “Eu estava voltando com ela da igreja, de boa, só que eu tinha uma ordem contra mim por quebra de condicional e daí me pegaram”, disse.
Diogo alega ser inocente, mas não soube explicar a razão de ter sido acusado pelo amigo. “Eu não sei o que deu na cabeça dele pra fazer isso. A gente era parceiro, vizinho de condomínio”, justificou o suspeito.
Para a delegada Sabrina, ele é o responsável pelo crime. “É uma pessoa fria. Tem um perfil extremamente ciumento e violento. Não é só o depoimento do Higor que recai sobre ele. Várias testemunhas disseram que viram Diogo se gabar pelo assassinato na vizinhança onde mora”, afirmou Sabrina.
Vítima
Robson era capoeirista e, segundo a polícia, foi morto por ciúmes. Conforme as investigações da DHPP, a vítima não mantinha qualquer relacionamento com a namorada de Diogo. “Ele só conversava com ela de vez em quando e isso foi o suficiente para que perdesse a vida”, explicou a delegada.
De acordo com a Polícia Civil, Diogo tem um histórico considerável de agressividade e violência doméstica. “Ele não aceitava situações como essa”, pontuou a delegada.
Além disso, o suspeito tem uma extensa ficha criminal com diversas passagens por roubo qualificado, ameaça contra ex-namoradas, formação de quadrilha e corrupção de menores. “Ele também tinha mais dois mandados de prisão além deste por homicídio”, disse Sabrina.
O crime
Robson foi encontrado morto em um terreno baldio no bairro Santa Cândida. Ele residia no mesmo condomínio de Diogo. De acordo com a DHPP, Higor foi o responsável pela emboscada, já que atraiu a vítima até o local com a promessa de que fumariam maconha.
Segundo a polícia, Diogo obrigou o rapaz a se ajoelhar e ainda gravou a execução. “É por isso que sabemos que o Robson implorou pela vida”, esclareceu a delegada.
Ainda conforme as investigações, Higor assumiu que amarrou os pés da vítima e ajudou o comparsa a desovar o corpo. Após o crime, a dupla sumiu do condomínio, mas reapareceu alguns dias depois. Diogo teria dito aos policiais que só vai se manifestar em juízo.