Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prenderam os responsáveis pela morte de um adolescente de 17 anos que entregou um traficante no bairro Cajuru, em 2012. Cleiton Morais Kido, 30 anos, o “Japonês”, já estava preso e, nesta terça-feira (10), Carlos Alexandre dos Santos, 27, conhecido como “Bomba”, foi detido. O crime aconteceu no dia 23 de novembro, na casa onde o garoto morava com a família, na Rua Custódio Borges de Andrade.

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Segundo o delegado Fábio Amaro, o adolescente morreu poucos meses depois que foi detido com uma quantidade de drogas. “Ele contou à polícia de quem teria comprado o entorpecente. O traficante ficou inconformado com a situação e mandou a dupla fazer a vingança com as próprias mãos”, explicou.

Depois que entregou o traficante, a vida do adolescente e da família do garoto virou um inferno. Na época, o homem apontado pelo menor, identificado como Vagner Fernandes da Cunha, 22 anos, foi preso pela Polícia Militar por tráfico de drogas. Com ele atrás das grades, os parentes do adolescente passaram a ser extorquidos e descobriram que logo o homem estaria em liberdade. Antes que o traficante saísse da cadeia, o adolescente foi assassinado dentro de casa.

De acordo com a polícia, a família de Maurício foi perseguida por familiares do traficante, que exigiam dinheiro e faziam ameaças. Na época da morte de garoto, além de serem obrigados a dar uma quantia mensal, os familiares contaram que entregaram mais de R$ 5 mil para pagar o advogado do criminoso. Maurício foi assassinado e, dias depois, o advogado conseguiu retirar o homem da cadeia.

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Inocentado

Mesmo com todas as testemunhas, a dupla negou que a participação do traficante no crime. “Os dois negam que o traficante tenha mandado. O Japonês diz que o Bomba matou o garoto, mas nenhum deles explicou o motivo”, explicou Fabio Amaro. Segundo a polícia, “Japonês” disse que o “Bomba” falou para ele que teria que fazer “uma parada” e o levou junto, mas não disse a mando de quem era e nem o porquê disso.

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Apesar de a polícia acreditar que o crime aconteceu a mando do traficante, a Justiça não aceitou o fato por falta de provas. Por conta disso, com a prisão da dupla, o delegado concluiu o inquérito policial. “Com os dois atrás das grades, damos por finalizados os trabalhos de Polícia Judiciária e todo conteúdo produzido pelas investigações será remetido a Vara do Tribunal do Júri da Capital, para que ambos os autores sejam julgados o quanto antes”, explicou Fabio Amaro. Se condenados, Cleiton e Carlos Alexandre podem pegar pena de 12 a 30 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado.