Mais 17 casos em Curitiba

Surto de Hepatite A em Curitiba: homens jovens são os mais atingidos

Curitiba está com alta nos casos de Hepatite A. Foto: Luiz Costa/SMCS

O boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgado nesta segunda-feira (03), confirmou mais 17 infecções por Hepatite A em Curitiba, totalizando, de janeiro a maio deste ano, 272 casos, um transplante hepático e cinco mortes em decorrência da infecção pelo vírus A da Hepatite.

Com 205 casos (75%), a faixa etária mais atingida pelo surto da doença é a masculina, principalmente homens jovens, entre 20 e 39 anos. As mulheres respondem por 25% das confirmações, com 67 casos.

A Hepatite A é uma doença infectocontagiosa transmitida aos seres humanos por fezes contaminadas. Mesmo depois de se curar, a pessoa que foi contaminada continua eliminando o vírus nas fezes por até 150 dias, o que mostra o potencial de disseminação da doença.

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“A principal prevenção se dá pelos cuidados de higiene, como a lavagem das mãos e do corpo depois de utilizar o banheiro e do sexo anal, relações sexuais protegidas, além de garantir o acesso a água e alimentos de boa procedência, manipulados com as boas técnicas sanitárias”, explica a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

Como funciona a imunização contra Hepatite A

Quem já foi infectado pela Hepatite A em algum momento da vida está imune contra a doença, assim como quem recebeu a vacina. Desde 2014, as crianças até cinco anos de idade têm acesso à imunização pelo SUS, presente no calendário vacinal da infância e disponível em todas as unidades de saúde de Curitiba. Os endereços podem ser conferidos no site Imuniza Já.

Outros públicos que também podem receber a vacina pelo SUS são pessoas com condições específicas de saúde, como candidatos a transplantes, pessoas com HIV, imunossuprimidos, entre outras situações. Nesses casos, a aplicação é feita nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

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Sintomas da Hepatite A

Os sintomas iniciais da Hepatite A, como fadiga, febre, mal-estar e dores musculares, podem ser confundidos com os de outras doenças virais, o que determina atenção para que seja feito o diagnóstico precoce diferencial, além de evitar a automedicação.

Segundo o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides de Oliveira, com o passar do tempo também podem aparecer enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia, urina escura, pele e os olhos amarelados (icterícia), sinais claros da contaminação pela Hepatite A.

“É importante que a pessoa com os sintomas iniciais procure atendimento em uma unidade de saúde ou pela Central Saúde Já – 3350-9000, antes mesmo da evolução do quadro e de aparecer a icterícia”, alerta o médico da SMS.

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De acordo com Oliveira, a Hepatite A em adultos geralmente é mais grave do que em crianças, e o surto registrado em Curitiba está concentrado em adultos jovens. “O jovem tem a tendência de minimizar sintomas e se automedicar. No caso da infecção pela hepatite A, isso pode prejudicar o fígado, que já está fragilizado pela doença, e pode ser determinante no agravamento da situação de saúde da pessoa”, explicou.

Surto de Hepatite A em Curitiba

Em 2024, de janeiro a maio, foram confirmados 272 casos de Hepatite A em Curitiba, sendo que 165 pessoas precisaram de atendimento hospitalar e 11 foram internados em UTI. Entre os casos mais graves, uma pessoa de 46 anos precisou de transplante hepático e cinco pessoas morreram em decorrência da Hepatite A aguda.

A série histórica da Hepatite A em Curitiba registrou 134 infecções pelo vírus A nos últimos 11 anos, de 2012 a 2023, diferente da situação enfrentada em 2024, que caracteriza surto da doença na cidade.

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Outras capitais brasileiras também registraram surtos de Hepatite A em 2023 e 2024, como Porto Alegre, São Paulo e Florianópolis, também concentrados em adultos jovens, principalmente homens.

Como prevenir a doença

Conheça as principais medidas para prevenir a contaminação pela Hepatite A:

  • Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.
  • Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos);
  • Lavar com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por  pelo menos 10 minutos;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
  • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
  • Usar instalações sanitárias;
  • No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
  • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios.
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