Um surto de coronavírus (covid-19) no Instituto Betânia de Ação Social, uma casa de idosos de Piraquara, região metropolitana de Curitiba, levou sete pessoas à morte no intervalo de uma semana, entre a quinta-feira (3) passada – quando houve o primeiro internamento – e esta quinta-feira (10). Todos os óbitos foram de moradores do local, que estavam internados em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Piraquara em leitos de enfermaria exclusivos para covid-19.

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Desde o final de novembro, 29 dos 43 idosos que moram na casa foram infectados pela doença. Dos 45 funcionários, 22 também testaram positivo. O instituto foi interditado de forma cautelar e deve permanecer fechado e isolado por 15 dias, contados a partir do último teste positivo.

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Segundo a Vigilância Sanitária de Piraquara, os idosos que testaram negativo foram separados dos demais e dividem um outro espaço no local, sem usar o mesmo banheiro ou serem atendidos pelos mesmos funcionários. Nenhum morador pode deixar a casa espontaneamente ou receber alta. Nem o instituto pode receber novas entradas de moradores no período de isolamento. 

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“Piraquara conta com uma equipe multidisciplinar que visita regularmente, a cada 15 dias, todas as instituições de estadia permanente, o que inclui também o presídio e o hospital psiquiátrico do município. Na quinta-feira passada, tivemos os primeiros casos de internamento naquela instituição. A equipe foi acionada, mas, infelizmente, a doença evoluiu muito rápido nos idosos. Eles tinham idades próximas ou acima dos 80 anos e apresentavam comorbidades e doenças relacionadas”, explicou a Fernanda Machado, diretora de Vigilância em Saúde de Piraquara.

Ainda de acordo com a diretora, a interdição cautelar realizada no Instituto Betânia segue a recomendação do Ministério da Saúde. “Não só agora na pandemia, mas com o nosso universo elevado de instituições permanentes em Piraquara, a vigilância sempre mantém as equipes multidisciplinares atuando com a vigilância epidemiológica, sanitária e do trabalho. Durante a pandemia, testes de covid-19 são feitos regularmente nas instituições”, ressalta.

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O Ministério Público (MP) informou à reportagem da RPC que monitora a situação das instituições de longa permanência lá de Piraquara, a partir de um procedimento que foi instaurado ainda no início da pandemia. Sobre o Instituto Betânia, o MP diz que está acompanhando o caso junto com as instituições e autoridades de saúde e estão apurando o caso para saber que medidas podem ser tomadas.

O que diz o Instituto Betânia

Em nota, a casa de repouso Instituto Betânia declara os sentimentos às famílias, diz que os moradores são de um grupo de alto risco e que a instituição segue à risca, desde o início da pandemia, os protocolos previstos pelas autoridades de saúde. A casa explica ainda que, assim que surgiram as primeiras suspeitas, eles avisaram o município e, também, que os moradores que tiveram os sinais vitais alterados foram encaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento.