“Humildemente honrada”. Foi assim que a enfermeira Lucimar Josiane de Oliveira, de 44 anos, definiu o fato de ser a primeira pessoa a ser imunizada no Paraná contra a covid-19, num ato simbólico realizado na noite desta segunda-feira, no Hospital do Trabalhador. O dia histórico começou emocionante desde cedo, com o anúncio de Eduardo Pazuello, ministro da saúde, informando que os estados já poderiam aplicar a Coronavac, vacina do laboratório Sinovac. O pedido de antecipação da campanha ocorreu por parte dos governadores.
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Lucimar de Oliveira foi uma das atrações da “festa da vacina”. Aliás, o clima de festa e emoção era grande e arrebatava a todos que compareciam ao salão onde as vacinas foram aplicadas. Com 44 anos, a enfermeira tem uma história de luta e dedicação na profissão, começando como faxineira em um hospital, até chegar à condição de enfermeira do Hospital do Trabalhador.
“Venho de uma família simples e humilde. Comecei limpando chão, como auxiliar de serviços gerais, num hospital do Vale do Ribeira. Aliás, sou grato por tudo que vivi lá. Depois fui auxiliar, técnica em enfermagem e também socorrista na BR 116, onde vi muita coisa triste. Meu coração sempre foi da área da saúde, então decidi ir estudar em Marília (SP)”, contou Lucimar à Tribuna.
Depois de formada, decidiu voltar para Curitiba. “Na faculdade meus mestres me ensinaram a me colocar no lugar dos pacientes e meu coração, quando terminei, me trouxe de volta pro meu Paraná. Fui muito bem acolhida aqui no Hospital do Trabalhador e acabei na linha de frente, como enfermeira”. “Nossa equipe é nota 1000, muito unida e esperançosa, dedicada e trabalhadora”, complementou a enfermeira, que trabalhou meses como bolsista do Hospital do Trabalhador.
Emocionada, Lucimar pede que todos continuem se protegendo e levando a covid-19 a sério. “Saber que hoje temos a vacina dá ainda mais ânimo para enfrentarmos a covid-19. Surgiu uma luz no fim do túnel. O que posso falar é que deu certo. A vacina está aqui. Vamos todos nos imunizar, mas continuar fazendo o que temos feito, evitar aglomeração, usar a máscara corretamente, lavando bem as mãos, usando álcool em gel. Não é porque temos vacina que devemos de deixar de fazer o correto”, disse.
Mais profissionais
Logo após Lucimar receber a dose, mais sete profissionais de saúde receberam doses da vacina. Entre eles estava o médico Diego Schuster Paes, 30 anos. “Nunca vi uma doença matar tanto, tão rápido e sem distinção alguma. O mundo agora está respirando aliviado”, disse o profissional de saúde que chegou a fazer 24 plantões em um mês durante a pandemia.