Algumas horas depois de deflagrar uma operação em um lixão clandestino em Piraquara, a Delegacia do Meio Ambiente prendeu o suplente de vereador do município João Carlos Labes, conhecido como “Carlão da Favela”, suspeito de ser o chefe do esquema.
Segundo a polícia ele negociava com empresas de construção civil os resíduos de obras. Enquanto uma empresa regulamentada cobra em média R$ 300 por caçamba, no aterro clandestino era pago aproximadamente R$ 40.
O delegado Wallace de Brito, disse que as investigações começaram há quatro meses e que, pela quantidade de entulhos, em um dos dois locais usados como lixão, é possível afirmar que o crime ambiental era praticado há pelo menos dois anos.
“Essa ação já comprometeu boa parte da área, que era formada por mata fechada e várias árvores foram derrubadas”, avaliou o policial. O primeiro lixão fica em uma área de manancial, no Jardim Guarituba, e o outro, no Jardim Holandês.
Negociação
Wallace disse que “Carlão da Favela” negociava com empresas de construção o depósito dos resíduos das caçambas, que eram despejados nos terrenos irregulares, recebia um valor da empresas e pagava outro para os donos dos terrenos.
“O problema não é a negociação e sim jogar o lixo em uma área de preservação ambiental e cortar árvores de forma ilegal. Os proprietários dos terrenos e os responsáveis pelas empresas também foram intimados “, explicou.
Todos devem ser indiciados por crime ambiental, que tem pena prevista de um a seis anos de prisão, mas é passível de fiança.