O superintendente da delegacia de Campina Grande do Sul, Maurício Brandão, 35 anos, morreu no estrito cumprimento do dever e por sua dedicação ao serviço policial.

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O investigador Fábio Rossi Barddal Drummond esclareceu ontem porque Brandão perseguiu Andrei da Conceição Pilar, 21, do Fórum da cidade até uma loja, onde o policial e o fugitivo foram baleados.

Ainda que o caso tenha sido esclarecido, é difícil para Barddal retomar o ritmo de trabalho sem o apoio de Brandão. “Ele era uma pessoa extremamente preparada e dedicada ao trabalho, jamais teve algum tipo de ocorrência que desabonasse sua conduta. Era um colega excelente, amigo excelente, e um pai de família e marido exemplar”, desabafa o colega. A missa de sétimo dia de Brandão será hoje às 18h na Igreja Pio X, atrás do Colégio Marista, no bairro Seminário, em Curitiba.

Perseguição

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Segundo Barddal, em 28 de dezembro, Brandão levou ofícios ao Fórum, quando viu Andrei na calçada. “Brandão sabia que existia um mandado de prisão preventiva contra o Andrei, e ele conhecia o rapaz, porque ele já esteve preso pela Lei Maria da Penha na nossa carceragem”, explica Barddal.

A prisão foi decretada pela juíza da cidade, por Andrei ter antecedentes criminais e apresentar risco para a vítima das agressões. Ele ficaria preso até que fosse marcada a data do julgamento.

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Brandão abordou Andrei para dar a voz de prisão em tom de conversa, sem sequer sacar a arma, mas o suspeito fugiu. “Eles saíram da frente do Fórum e correram por cerca de duas quadras. Por duas vezes, Brandão conseguiu dar uma rasteira no Andrei, mas ele continuou correndo e entrou em uma loja de confecções, onde tentou se esconder no banheiro”, relata o investigador.

Tiros

Lá, com a arma em punho, o superintendente rendeu o suspeito e levou-o para outra parte da loja. Porém, no momento em que seria algemado, Andrei reagiu. “Os dois entraram em luta corporal e a arma de Brandão atirou duas vezes. Um tiro atingiu uma pilha de arquivos e outro atingiu Brandão na lateral do tórax. Quando ele conseguiu pegar a arma, deu um tiro que ricocheteou no chão e atingiu a perna de Andrei”, descreve Barddal. Brandão conseguiu ir até a entrada da loja pedir ajuda.

Ele foi socorrido pela Guarda Municipal e chegou lúcido ao Hospital Angelina Caron, mas morreu horas depois. Andrei permanece preso no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

Já foi protocolado um pedido de transferência do preso para o Complexo Médico Penal, que aguarda autorização judicial. Interinamente, o investigador Emerson assumiu a superintendência da delegacia.