Não foi somente o assassinato de um homem, que teve o pescoço quase inteiro cortado no sofá de sua casa, que chocou os policiais militares de Araucária, município da Região Metropolitana de Curitiba, na manhã deste domingo (05). As condições de extrema pobreza do local, bem como a forma com que três suspeitos lidaram com a situação deixaram os policiais perplexos.
O soldado Jovano, do 17.º Batalhão da PM, contou que perto das 9h deste domingo (05) foram acionados para atender um homicídio na Avenida Brasil, na Vila Fonte Nova, em Araucária. Chegando na residência de madeira, encontraram o homem morto no sofá, com o pescoço parcialmente cortado (esgorjado). Os policiais souberam que durante a madrugada a vítima e mais outros moradores do local discutiram por causa do aluguel.
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O homem morto – que foi identificado somente pelo apelido de “Zé Ramalho” – teria alugado a residência e, para fazer algum dinheiro, sujeitou-se a dormir no sofá para sublocar os quartos a outras pessoas.
A briga teria ocorrido porque “Zé Ramalho” foi cobrar o aluguel dos devedores. “Na verdade, todos teriam passado a noite bebendo e estavam alcoolizados. Mas veja a situação dos envolvidos. Um precisava do dinheiro do aluguel para sobreviver e os outros precisavam de um teto pra morar, mas não tinham dinheiro para pagar o aluguel”, lamentou o soldado. Segundo ele, na casa não tinha chuveiro e sequer tinha água. A casa estava quase vazia. Em um dos quartos, apenas um colchão, que provavelmente era compartilhado pelos moradores.
Presos
Devido ao estado do corpo, acredita-se que o crime tenha ocorrido no começo da madrugada, quando testemunhas relataram aos policiais terem visto os outros moradores da residência saindo de lá para ir ao bar. Pela manhã, os policiais logo trataram de procurar estes moradores. Três foram localizados nas redondezas e levados à delegacia para darem explicações. No entanto, disse o soldado Jovano, um joga a culpa no outro, ou dizem que foi um quarto homem quem matou “Zé Ramalho”.
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Os policiais tiveram duas dificuldades com os detidos. A primeira delas foi identificá-los, pois dois deles apresentaram documentos de outros estados (Ceará e Paraíba) e um terceiro, que disse ser de Colombo, sequer carregava algum documento de identificação. Transportá-los na viatura foi outro “empenho”, pois conforme Jovano, como a casa não tinha chuveiro, muito menos água, os homens estavam há dias sem tomar banho.
“Um deles falou que seu último banho foi ao longo da última semana, na empresa que ele trabalha. Tivemos que ligar o ar condicionado no último e abrir as janelas da viatura”, contou o soldado, lamentando ainda a forma “natural” como os detidos estavam levando tudo aquilo, como se fosse mais um dia ou fato banal em suas vidas. “Na viatura, parecia que estavam indo passear”, lamentou o policial, chocado com a atitude.
Na delegacia, os investigadores da Polícia Civil tentavam, ao longo deste domingo, identificar os suspeitos. Depois de qualificados, seriam liberados, por não haver provas concretas contra nenhum deles. No entanto, eles devem ser chamados novamente nesta segunda ou terça-feira para serem ouvidos.
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