Apenas um dos 41 homens presos em flagrante sábado (14) em uma rinha de cães na cidade de Mairiporã, na grande São Paulo, segue preso. Na audiência de custódia segunda-feira (16), o juiz André Luiz da Silva Cunha, do Fórum de Guarulhos, determinou a soltura dos outros 40 detidos, incluindo um médico e um policial militar, além de um médico veterinário responsável por reanimar os animais para novas lutas. O único que segue preso é o organizador da rinha.
As prisões ocorreram após a Polícia Civil do Paraná descobrir que um criador de Curitiba e um treinador de cães de São José dos Pinhais forneciam os animais da raça pit bull para as brigas. Foram resgatados 17 cachorros, todos muito machucados, que foram encaminhados para ONGs encaminhá-los para adoção.
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Na rinha havia cães com a perna quebrada, com diversos ferimentos e dilacerações e um deles chegou a urinar sangue. Os participantes da rinha chegavam a fazer churrasco com a carne dos cães que morriam durante as lutas.
Como justificativa para liberar 40 detidos, o juiz alegou que eles não representam perigo. “Em que pese a reprovabilidade do comportamento dos autuados, os fatos não são graves a ponto de justificar a decretação da prisão preventiva”, justificou o magistrado.
Foi determinado na sentença o pagamento de fiança dos 40 liberados. Os valores variam de de R$ 998 a R$ 59.880. Os valores devem ser pagos em dez dias.
Ligações internacionais
A Polícia Civil de São Paulo, que conduz o inquérito, acredita que os organizadores da rinha tenham conexões internacionais. Entre os 41 presos sábado, estavam um americano, que atuava como árbitro das lutas, um peruano e um mexicano.
De acordo com o delegado Matheus Layola, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) em Curitiba, que começou a investigação, a rinha era uma espécie de torneio internacional. “Ano passado a disputa foi na República Dominicana, esse ano no Brasil e ano que vem provavelmente seria em outro país. Eles eram extremamente organizados. Na camiseta do evento tinha a pesagem de cada animal. As apostas, além de físicas, também eram feitas pela internet, em grupos fechados do mundo inteiro”, explica o policial.