O assassinato do superintendente da delegacia de Campo Largo, Marcos Gogola, reascendeu a discussão sobre guarda e remoção de presos. De acordo com a Secretaria Estadual da Justiça (Seju), a função de remoção de presos é de responsabilidade da delegacia onde ele está custodiado, e o agente de cadeia pública não deveria ter acompanhado o superintendente, pois sua função é exclusiva na carceragem.

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A posição da Seju é controversa. Pelo menos é o que afirma o Sindicato das Classes da Polícia Civil do Estado do Paraná (Sinclapol). Em nota, o sindicato convocou a categoria para paralisação geral, ao longo desta sexta-feira (6), em todas as unidades policiais civis. 

Paralisação

A paralisação, segundo André Gutierrez, presidente da entidade, é para lamentar a morte do superintendente e exigir o fim dos desvios de função. “A morte de Gogola é culpa da inércia da Secretaria de Justiça e do Departamento de Execução Penal do Estado do Paraná, que permitem e mantém esta situação degradante nas carceragens das delegacias”, disse André.

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A assessoria da Seju informou que, em 2010, havia 16.205 presos em 474 delegacias do Estado. Esse número reduziu para 9.941, no entanto, o de delegacias também diminuiu. Atualmente são 240 e muitas cadeias continuam lotadas.

Perigo

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O Sinclapol afirmou que cadeias lotadas são risco constante à sociedade, pelas tentativas de fuga. “Os policiais permanecem em constante perigo. Eles deixam de trabalhar nas ruas, na investigação criminal – o que lhes é atribuído legalmente -para ser babás de presos, correndo riscos de perder a vida, contraírem doenças e serem feridos a qualquer instante”, completou André. 

Pinhais

Em 9 de maio, 15 presos fugiram da cadeia de Pinhais e balearam dois policiais civis e um militar. Os dois civis ainda estão afastados e correm risco de morte.