Quase uma ferida aberta em um dos espaços-símbolo do Fazendinha, o Museu da Casa Klemtz nem parece que foi restaurado em 2008, dentro de um projeto de revitalização que contou com recursos da Fundação de Ação Social (FAS) e do Ministério da Cultura. A falta de manutenção e a ação sistemática de vândalos já comprometeram todo o trabalho anterior e a visitação à mostra permanente de móveis e objetos do cotidiano da família Klemtz, fundadora do bairro, há anos está de portas fechadas ao público.
Nos fundos deste espaço, que no passado abrigou a estrebaria e parte da olaria do imigrante alemão Francisco Klemtz, continua em plena atividade o Liceu de Ofício, criado como parte da estratégia de tentar evitar a depredação e reciclar a utilização do espaço por meio das atividades de geração de emprego e renda da FAS. Para um grupo de alunas do curso de costura, a explicação desse vandalismo está na falta de um módulo permanente da Guarda Municipal no Bosque do Fazendinha.
Marco André Lima |
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“É um lugar bonito, mas há tempos desisti de trazer minha filha’, diz moradora. |
“Deixar o casarão principal fechado e a falta de guardas o tempo todo aqui acaba incentivando essa destruição. É um lugar bonito, mas há tempos desisti de trazer minha filha, porque está invadido por usuários de drogas e outros que usam o mato para transar”, denuncia Ana das Neves, 37 anos. Ela acrescenta que adorava caminhar pela trilha, mas de tanto encontrar preservativos usados e roupas íntimas, acabou desistindo. “Se trouxessem uma unidade da guarda ou da polícia para dentro do bosque, seria mais fácil preservar e a segurança de toda a região melhoraria”, acredita Kelly Léo Freitas, 32.
Outra frequentadora do bosque por conta dos cursos do Liceu da Casa Klemtz, Bárbara Balardin, 64, diz que a academia ao ar livre instalada no bosque é uma prova deste temor que afasta muitas pessoas do local. “Os idosos deixaram de frequentar o bosque porque os usuários de drogas tomaram conta, prejudicaram o casarão e ocupam a academia e a grama para consumir bebidas e entorpecentes”, aponta.
Projeto antivandalismo
Sobre o estado em que se encontra a Casa Klemtz, a assessoria da Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou que há um projeto em andamento para a revitalização do local e que estuda novos usos para o ambiente, até para intimidar o vandalismo. Ainda conforme a assessoria, dentro de um prazo máximo de 60 dias, já devem ter início as obras no local que permitirão a execução dessa nova tentativa de garantir a conservação e o acesso a uma unidade de interesse de preservação do município.
