Mais de 30 mil curitibanos, que não viajaram no feriado, decidiram mudar a rotina shopping/parque dos fins de semana e foram conferir de perto a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea brasileira (FAB), que aconteceu na tarde deste domingo no Aeroporto do Bacacheri. A apresentação foi parte do 9.º Festival Aéreo, do Aeroclube do Paraná, que também teve outras acrobacias aéreas, paraquedismo, aeromodelismo e exposição de aeronaves, além das barracas com comidas, artigos militares, aviação e aeromodelismo.
A apresentação da Esquadrilha começou por volta das 15h deste domingo (15). Conforme o major Claryson Wander Teixeira, que também é piloto da Esquadrilha, mas desta vez ficou em solo assistindo, os pilotos primeiro fazem um vôo de reconhecimento aéreo, para verificar qual o espaço têm disponível para as manobras (qual é o teto, ou seja, altura das nuvens), e também possíveis obstáculos. Só depois disso é que decidem quais manobras irão realizar. Neste domingo, o “teto” estava muito baixo e não permitiu manobras muito altas e elaboradas.
O major Wander conta que qualquer piloto da Força Aérea pode integrar a Esquadrilha da Fumaça. São necessárias 1.500 horas de vôo de experiência para candidatar-se às acrobacias aéreas, muito mais que as horas exigidas para piloto comercial. Porém, mesmo com tanto treino, muitos pilotos sentem o receio de não fazer um vôo perfeito e atrapalhar as manobras dos outros colegas. Não chega a ser medo, mas a ansiedade de fazer tudo perfeito.
Novinhas em folha
Há pouco mais de dois anos, a Esquadrilha tem usado novas aeronaves, os caças A29, e que tem promovido belas manobras nos ares. O que chama bastante a atenção do público, mostra ele, é a fumaça utilizada. O material usado nela é um óleo, que é pulverizado com o ar quente do motor. Numa apresentação como a feita ontem, em Curitiba, são gastos cerca de 32 litros de óleo e as acrobacias mais “rasantes” são feitas a cerca de 100 metros do solo. As mais altas atingem até dois quilômetros céu adentro.
Mas independente dos detalhes técnicos e do treinamento dos pilotos, para quem está em solo tudo é muito bonito. Quando as aeronaves se aproximam umas de frente com as outras, a impressão é a de que vão bater. Mas não passa de um “ballet” aéreo bem orquestrado, que leva as crianças ao delírio. É o caso do pequeno Pietro Zaqueu, de 3 anos e meio. Neto de piloto, assistiu deslumbrado à Esquadrilha, principalmente quando os aviões passaram de ponta cabeça. Ele filmou tudo com o celular. Mas não via a hora mesmo é da apresentação acabar para ir lá ver os aviões de perto, tocar, tirar foto e pedir autógrafo dos pilotos.