Quem já pediu para remover um carro que está estacionado irregularmente, bloqueando a garagem da sua casa sabe a novela que isso pode se tornar. Em Curitiba, o serviço de guincho deixou de ser oferecido desde setembro de 2015. De acordo com a assessoria da Prefeitura de Curitiba, o processo de licitação está na Procuradoria do município, mas o assunto só deve ser resolvido na próxima gestão que começa daqui a poucos dias.
Enquanto isso, quem estaciona em locais irregulares tem a certeza da impunidade. Apesar do risco de ser multado, o carro não será removido pela prefeitura. Salvo se o veículo tiver dívida de IPVA. Aí é possível acionar o Bptran – Batalhão de Trânsito da Polícia Militar -, para guinchar o veículo.
Quem passou por um problema desses estes dias foi a síndica do edifício Colina Memphis, Sílvia Lima. Ela conta que há anos o condomínio sofre com a falta de educação de motoristas que cismam em estacionar na frente das vagas de garagem. O prédio, que fica na Vila Izabel, tem dois níveis de pisos para abrigar os carros dos moradores.
Motorista folgado
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Segundo Sílvia, no dia 14 de outubro uma situação acabou extrapolando os limites do razoável. Um motorista estacionou um carro por volta das 18h, bloqueando uma das entradas de garagem e só o retirou na manhã do dia seguinte. “Liguei repetidas vezes para o 156 da prefeitura e a resposta que tive era de que não dispunham de guincho. Acionei o Bptran, eles checaram e viram que o carro estava com a documentação em dia e disseram que não poderiam fazer nada”, relatou. O motorista acabou sendo multado por um agente da Setran.
Condomínio notificado
![tartarugas-1](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/1/2016/12/tartarugas-1-540x960.jpg)
Esta situação foi a gota d’água para que o condomínio decidisse fazer algo por conta própria, como sinalizar o espaço das garagens e instalar tartarugas para inibir a ação de maus motoristas. “Melhorou bastante, o espaço passou a ser respeitado”, constatou Silvia.
O problema é que esta semana a Setran enviou uma notificação para o condomínio, determinando que as tartarugas sejam retiradas sob pena de multa. “Uma moradora denunciou, sob o argumento que ficou difícil de manobrar”, comentou a síndica. “É uma situação complicada porque a Setran não toma providências para que as leis de trânsito sejam cumpridas e não deixa a gente agir para resolver o assunto”, desabafou.
A Setran se escuda no artigo 340 da Lei 11.095/2004, que proíbe a instalação de objetos em espaços públicos e logradouros. A assessoria da prefeitura garante que os fiscais de trânsito vão intensificar a fiscalização na região para orientar e, eventualmente, aplicar multas em motoristas infratores.
“Infelizmente a fiscalização da prefeitura está trabalhando do lado errado, defendendo o infrator ao invés de apoiar as medidas que evitam a infração, como no caso da instalação das tartarugas que foi sem ônus nenhum à qualquer órgão público”, lamentou a síndica.