Caso Brittes

Sete são indiciados por morte do jogador Daniel. “É um psicopata”, diz delegado sobre assassino

O Inquérito Policial que apura a morte do jogador Daniel Correia de Freitas, de 25 anos, foi concluído nesta quarta-feira (21) pela Delegacia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e entregue ao Ministério Público, que dará continuidade ao processo. O promotor do caso deve apresentar a denúncia até sexta-feira (23). Edison Brittes é considerado o principal suspeito no crime e foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O documento, com mais de 370 páginas, com depoimentos, provas, relatórios policiais e laudos periciais solicitados durante a investigação – que durou 25 dias -, foi entregue pelo delegado Amadeu Trevisan, da Delegacia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no final da tarde de quarta.

Perguntado sobre como ‘classificaria’ o principal autor do crime, Edison Brittes Jr., Trevisan foi categórico: “é um psicopata”, afirmou, apontando para a ‘frieza e a ausência de remorso’ demonstradas pelo autor confesso do homicídio após o ocorrido.

Edison Brittes Jr., assassino confesso do atleta, foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, assim como Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva. A esposa de Edison, Cristiana Brittes, e a filha do casal, Allana Brittes, foram implicadas por coação de testemunha e fraude processual, enquanto Eduardo Porkote, último a ser preso no caso, foi indiciado por lesões corporais graves. As penas somadas ultrapassam 40 anos de reclusão, segundo a polícia.

De acordo com o delegado, não há dúvidas sobre a dinâmica, sobre a participação de todos nos fatos e sobre o que teria motivado a ação violenta contra o jogador Daniel. “Foi em razão de estarem todos eles totalmente embriagados. A mulher [Cristiana] dormia embriagada, o Daniel estava totalmente embriagado, todos eles passaram a noite bebendo. Tudo foi resultado do excesso de bebida, que potencializa a vontade criminosa”, destacou.

Segundo Trevisan, o Ministério Público pediu sigilo do inquérito, por isso ele não pode detalhar mais o que concluiu das investigações. “A conclusão é aquilo, houve a morte, causada por meio cruel. O Daniel, dentro do porta malas do carro, ouviu a sentença de morte dele, e foi executado de maneira fria, pensada, premeditada, com requintes de crueldade”.

Investigação

As investigações iniciaram assim que o corpo do jogador foi encontrado, no dia 27 de outubro, na Estrada do Mergulhão, área rural de São José dos Pinhais (RMC). Segundo Trevisan, foram mais de 600 horas de trabalho nos 25 dias em que a delegacia apurou os fatos, além dos laudos, fotos, vídeos, áudios, diligências e relatórios policiais.

“Foram realizados cerca de sete exames complementares pelo Instituto de Criminalística e Instituto Medico Legal (IML) até chegar na conclusão dos trabalhos de polícia judiciária”, esclareceu o delegado.

Mesmo sem a conclusão de alguns laudos da perícia, como o que verificou a integridade da porta do quarto do casal Brittes, para Trevisan o inquérito já pode seguir para a apreciação do MP. “Não existe necessidade da permanência do inquérito na delegacia, porque o laudo é feito por outro órgão e o que ele contiver vai para o inquérito. Eles serão mais importantes no oferecimento da denuncia”.

O promotor da comarca de São José dos Pinhais, João Milton Salles, tem cinco dias para apresentar a denúncia.

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