ASSEMBLEIA

Servidores públicos de Curitiba aprovam continuidade da greve após confusão

Foto: Átila Alberti.

Ao som de “Greca, mentiroso” e “eu acredito na luta”, centenas de servidores públicos de Curitiba se reuniram no Parque São Lourenço no início da tarde desta segunda-feira (26) para aprovar a continuidade da greve.

Entre eles estavam as professoras Rosangela Souza Santos e Zenilda Stein, que atuam na rede municipal desde 1993 e já viram a mesma “novela” acontecer. “Nós ficamos com os salários congelados por sete anos e perdemos diversos direitos. Só que não desistimos, lutamos e conquistamos tudo novamente. Agora que estamos no topo, querem nos empurrar novamente no abismo”, lamentaram as servidoras da Escola Paranavaí.

Assim como elas, Rosana Godinho e Suzana Pivat também acompanharam a assembleia no parque e o tumulto na Ópera de Arame durante a manhã. “Respiramos o gás de pimenta e estamos sentindo os efeitos na pele porque tivemos reações alérgicas, mas isso não vai nos calar”, garantiram.

Professoras falam sobre a paralisação. Foto: Átila Alberti.
Professoras falam sobre a paralisação. Foto: Raquel Derevecki.

Diante disso, representantes de cinco sindicatos (Sismuc, Sismmac, Sinfisco, Sigmuc e Sindicâmara) aprovaram a continuidade da greve para esta terça-feira (27) e devem se reunir às 8h na Praça 19 de Dezembro, conhecida como Praça do Homem Nu. Ali, os manifestantes decidirão qual será o trajeto do protesto, pois a ideia inicial é ocupar as ruas do centro da cidade, não voltando aos arredores da Ópera de Arame.

“A Prefeitura nos surpreendeu de maneira negativa ao proibir que 100 servidores credenciados acompanhassem a votação na manhã de hoje. Eles também trancaram as ruas para que os carros de som não pudessem passar, o que dificultou nossa organização e, principalmente, aprovaram os projetos que retiram os direitos dos servidores. Então, nossa mobilização continuará amanhã no Centro da cidade”, adiantou Juliano Soares, da direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc).

A professora Gisele Cristine Carneiro, da Escola Municipal Anisio Teixeira, do bairro Atuba, apoiou a proposta e garante continuar na luta. “Isso é pra fortalecer o nosso movimento, principalmente depois de tudo que aconteceu hoje. Minha perna está machucada e muitas colegas se feriram também. Eles não jogaram limpo conosco em momento nenhum durante a votação do Pacotaço de Ajuste Fiscal”.

Por isso, Juliano adianta que a greve pode seguir até sexta-feira (30), quando deve acontecer a terceira greve geral do ano, paralisando diversos serviços em todo o país.

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