Decisão em assembleia

Servidores municipais de Curitiba entram no segundo dia de greve

Servidores municipais de Curitiba entram hoje no segundo dia de greve. A continuidade da paralisação foi decidida em assembleia na tarde de ontem. O Sismuc, sindicato que representa o funcionalismo da capital paranaense, convocou a categoria para nova concentração às 7h, na frente da Câmara Municipal. Hoje começa a votação do pacotaço de ajuste fiscal encaminhado pelo prefeito Rafael Greca (PMN). Os servidores exigem a retirada da tramitação dos projetos.

Na manhã de ontem, houve concentração dos grevistas ao redor do Palácio Rio Branco, sede do Legislativo municipal. Os manifestantes também bloquearam parte da Avenida Visconde de Guarapuava por algumas horas.

Segundo balanço do sindicato dos professores, o Sismmac, 100 das 185 escolas da rede municipal começaram a semana sem atendimento. A ideia é fechar quase 100% das unidades escolares até hoje. A Secretaria Municipal de Educação (SME) divulgou outros números: informou que 273 das 391 unidades da rede municipal de ensino, incluindo escolas e CMEIs, funcionaram normalmente, 32 fizeram atendimento parcial e 86 unidades fecharam as portas.

Desconto?

De acordo com a professora Elaine Cristina Doppler, 32 anos, apesar do receio da categoria em ter os dias de greve descontados, a paralisação é um direito dos servidores. “As faltas foram retiradas e os descontos totalmente devolvidos na última greve. É um direito nosso”, reforçou. A desconfiança de que a prefeitura venha a descontar valores futuramente por causa da greve também ajuda a manter todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) de Curitiba funcionando normalmente ontem.

Em um posto de saúde do Cajuru, uma auxiliar que não quis se identificar comentou que muitos funcionários não pararam para garantir o salário integral. “Ninguém entra para não ser descontado de novo”, comentou a mulher, que teve quase R$ 1 mil retirado do pagamento depois de uma greve de quatro dias no ano passado. “Eu iria aderir. Mas não adianta sozinha. Estou bem decepcionada”, disse. A prefeitura não confirmou se haverá descontos dos grevistas.