Com a aproximação da data-base dos servidores municipais, representantes da prefeitura de Curitiba e dos sindicatos se reúnem para debater as propostas de reajuste. Os servidores pedem 10%, sendo 6,39% referente à inflação e 3,61% de aumento real. A prefeitura não apresentou nenhuma contraproposta e ficou de dar uma resposta aos servidores em um novo encontro, agendado para terça-feira (31), data prevista para a correção salarial.

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Além do reajuste, as entidades sindicais cobram 38% de correção sobre o salário de novembro. Essa correção é decorrente das perdas acumuladas de março a outubro de 2017, devido à alteração da data-base, segundo os sindicatos.

Apesar de a prefeitura não ter formalizado nenhuma proposta aos sindicatos, a reportagem apurou que a intenção do Executivo é conceder reajuste de 1,5% caso a Câmara aprove as mudanças no ISS e ITBI que foram enviadas recentemente pela prefeitura.

Negociação

Durante a reunião dos sindicatos com a prefeitura, na última sexta-feira (27), os representantes do Executivo municipal apresentaram o cenário fiscal da cidade aos sindicalistas e expuseram a situação caótica de outras prefeituras do país, que vêm tendo dificuldades em pagar em dia os salários dos servidores municipais.

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O reajuste pedido pelos servidores teria dificuldades em encontrar respaldo na proposta de orçamento para 2018 que tramita na Câmara Municipal. O projeto prevê uma redução nominal de R$ 262 milhões nos gastos com pessoal e encargos sociais se comparado com o orçamento de 2017.

Cautela

O prefeito Rafael Greca (PMN) e o secretário municipal de Finanças, Vitor Puppi, têm sido cautelosos nas declarações a respeito do reajuste. Em uma entrevista concedida à rádio Jovem Pan há 15 dias, o prefeito afirmou que o Executivo estava fazendo estudos para ver se seria possível conceder algum reajuste.

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“Eu tenho que ser muito firme, muito sério nisso, porque, mais que a minha popularidade, está em jogo a qualidade do serviço que a prefeitura deve a toda a população de Curitiba, que é maior do que a parcela do funcionalismo”, disse Greca.

Na mesma linha, Vitor Puppi falou aos vereadores durante uma audiência pública realizada em setembro que o principal compromisso da gestão é manter em dia o pagamento dos salários dos servidores municipais e também dos fornecedores e prestadores de serviço que atendem ao município.

“Não podemos pensar em majoração da despesa de pessoal sem que haja crescimento de receitas”, afirmou Puppi.