Números

Seminário Internacional em Curitiba discute como crianças pensam a matemática

Foto: Divulgação

No próximo sábado, dia 16 de março, a Escola Parlenda, de Curitiba, vai sediar o seu V Seminário Internacional de Matemática. O evento reúne pedagogos da Itália, da Parlenda e pesquisadores de outras universidades brasileiras para discutir como as crianças constroem o pensamento matemático e suas nuances.

Entre os palestrantes estão Roberta Prandi, pedagoga formada pela Universidade de Parma e responsável pelo Método Learning By Languages na escola, o pedagogo pela Universidade de Modena, na Itália, Andrea Pagano e  a Doutora em educação pela USP, Ana Ruth Starepravo também estão escalados para o seminário.

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Além deles, as coordenadoras pedagógicas da Escola Parlenda, Ana Julia Lucht e Ana Paula Pamplona, vão trazer ao evento discussões sobre as  práticas educativas em torno do pensamento lógico-matemático na escola.

Pensamento matemático

Perceber quantos dias faltam para um aniversário ou reparar como funcionam os meses do ano. Essas são algumas tarefas básicas do dia a dia das crianças na primeira infância. Vivências como essas fazem com que as crianças comecem a pensar – desde muito cedo – em pesquisar, elaborar hipóteses e até formular explicações para situações cotidianas. E os adultos podem ajudar neste processo.

Só que antes é importante contextualizar: afinal, o que é o pensamento matemático? A resposta vai muito além dos números! Fazer matemática não é um exercício apenas da escola primária, é possível afirmar que nas experiências de vida das crianças há todos os elementos capazes de desencadear a ação do pensamento matemático.

Atos cotidianos como chegar na escola e perceber quais crianças estão presentes e quais estão ausentes, reparar como cada dia está passando e até perceber se a chuva vai aparecer. Esses exercícios podem ser incentivados por adultos e ajudam as crianças na construção do pensamento lógico em situações cotidianas.

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O processo de pensar na matemática é inicialmente informal e começa já nos primeiros anos de vida. Dito isso, o aprendizado das crianças é sempre influenciado pelo ambiente familiar e social. Com o tempo, esse pensamento matemático se torna mais sistemático à medida que a experiência escolar avança. 

A palavra mais importante é essa: experiência! As oportunidades de matematizar a realidade estão presentes em todos os momentos do dia e o aprendizado é praticamente infinito. Quando as crianças pensam em matemática elas avançam em inventividade, autonomia e criatividade.

Mediação dos adultos

De acordo com a atelierista da Escola Parlenda Silvia Pandini, o exercício do pensamento matemático passa também pela mediação dos adultos. Afinal, eles lançam situações-problemas e convocam as crianças na resolução desses conflitos. Com isso, a própria vida é objeto de pesquisa durante a primeira infância.

“Há diversas situações-problemas que podem ser acionadas dentro da escola. Por exemplo, se deslocar nos espaços da escola, produzir desenhos e mapas que retratem os  ambientes externos e os percursos que fazem.”

Na visão de Silvia, a presença dos adultos é o principal elemento para esse aprendizado das crianças. No caso da primeira infância, a possibilidade delas formularem hipóteses e explicações para situações do cotidiano é ainda maior. “Elas imaginam novas formas de resolver o problema em situações muito simples como se vestir sozinho, perceber se a roupa está virada para frente ou atrás, dobrar a própria coberta onde dormiu. Isso envolve o pensamento matemático, dá autonomia e criatividade”.

Pesquisas na natureza

A pesquisa matemática das crianças durante as vivências diárias pode acontecer das mais diversas formas, até no meio da natureza. “Há grande conexão entre a natureza e os momentos de pesquisa matemática. Elas reparam em forma, textura, simetria que estão presentes em insetos e plantas”, diz Silvia.

A especialista destaca que enquanto as crianças desenham e pesquisam sobre a natureza, elas também são incitadas a pensar matematicamente. Outro aspecto citado por ela é que a resolução de situações-problemas não precisam necessariamente ter respostas escritas.

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“Usualmente quando a gente pensa em matemática nós pensamos em como  ajudar as crianças a usarem os números. Mas  quando as crianças são bem pequenas elas também  resolvem problemas de outras maneiras. Então, por exemplo, contar quantas peças tenho para construir algo, observar a simetria em uma construção com blocos, investigar a verticalidade e o equilíbrio  são problemas  matemáticos com os quais elas  se deparam cotidianamente”.

A Escola Parlenda fica na Rua João Batista Dallarmi, 817, Santo Inácio. A inscrição no seminário custa R$ 550 e o link para confirmar participação é este aqui.

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