Ainda no escuro

Sem luz 5 dias após ciclone, moradores do Litoral e RMC se solidarizam pra ajudar vizinhos

Sorveteria na região de São João da Graciosa em Morretes, teve telhado estragado e seguia sem luz neste domingo. Foto: Gilson Dias / Colaboração

Cinco dias após a passagem do ciclone bomba, vários municípios do Paraná ainda sofrem com a falta de energia elétrica provocada pelo fenômeno climático da última terça-feira (30). Segundo o boletim da Copel, neste domingo (5) eram nove cidades da região de Curitiba que ainda tinham cerca de 9,5 mil imóveis sem luz entre residências e comércios. Somando apenas a região de Curitiba com o Litoral, são cerca de 16 mil unidades consumidoras ainda sem energia.

Só no Litoral do estado, Paranaguá com 1,2 mil unidades consumidoras sem energia elétrica, Morretes tem 2,2 mil, Guaraqueçaba 1,8 mil e Antonina está com 1,4 mil imóveis luz. Desde sábado, a Copel está enviando carretas com pelo menos 18 postes cada para o Litoral,para troca das estruturas que ainda estão danificadas.

Em Morretes, uma das áreas atingidas pelos efeitos do ciclone bomba foi a do São João da Graciosa. O local ainda está sem energia e a expectativa dos moradores é de que tudo seja restabelecido na tarde deste domingo. Gilson Dias, 54 anos, dono de uma sorveteria, diz que o prejuízo foi enorme por causa do blecaute de cincos dias.

LEIA MAIS – Avó e netas seguem internadas neste domingo após prédio desabar em Colombo

“Perdi R$ 1,7 mil em estoque de sorvete. Não tem o que fazer. Só trabalhando para repor”, conta o comerciante. A soveteria ainda teve parte do telhado arrancado com o vendaval, o que também gerou prejuízo.

Copel está enviando postes para serem repostos no litoral após estragos do ciclone bomba. Foto: Copel

Ainda de acordo com Dias, o mercadinho do local também sofreu perdas e a vizinhança está se virando nos trinta desde a terça-feira para tomar banho e carregar os aparelhos de celular para ter algum tipo de comunicação. “Estou emprestando o carregador que tenho no meu carro pros outros moradores. Cabem três celulares de uma vez e a ponta do carregador chegou a derreter de tanto uso”, conta. “Para o banho, estamos esquentando água no fogão e nos virando. Por aqui, está todo mundo assim. Espero que hoje volte a luz”, torce Dias.

O comerciante também conta que comunicação por celular e rede de internet móvel funciona porque a operadora que atende a região montou um gerador de energia para sustentar a transmissão da antena de telefonia.

VEJA MAIS – Banho de gato, caminhão pipa e união: curitibanos superam perrengues sem luz

Carregador do comerciante Gilson Dias, em Morretes, até derreteu de tanto carregar os aparelhos dos vizinhos. Foto: Gilson Dias / Colaboração

De acordo com a Copel, o serviço na região é mais demorado porque boa parte dos postes dessas áreas litorâneas são de fibra, um modelo mais leve que é usado quando os eletricistas precisam carregar manualmente para região de mata, onde os caminhões não entram. Segundo a companhia, este tipo de poste está sendo usado em Morretes, Antonina, Paranaguá e Guaraqueçaba. Além dos caminhões transportando novos postes, sábado a Copel enviou mais equipes de manutenção para a região.

Já as regiões urbanas dos municípios do Litoral atingidos pelo vendaval já estão com fornecimento de energia elétrica praticamente regularizado. Agora restam locais isolados e com a rede destruída. 

RMC

As equipes de serviços, manutenção e construção da Copel continuam trabalhando neste domingo para restabelecer a energia dos imóveis de alguns municípios do sul da região metropolitana de Curitiba, a mais atingida de pelo vendaval do ciclone bomba.

VIU ESSA? – Secretário de Saúde do Paraná descarta flexibilização na quarentena e pede: “Temos que ter bom senso”

Em Quitandinha, a companhia informa que são serviços de emergência para troca de postes e retirada de árvores da rede. Em Tijucas do Sul e na Lapa são serviços que envolvem troca de postes e cabos. Em Rio Negro os serviços também são troca de postes em áreas de difícil acesso.

A Copel também explica que está com emergências que dependem de troca de postes em área rural nas regiões de Agudos do Sul e Piên. Por lá, os eletricistas estão enfrentando a dificuldade de acesso para os caminhões e precisam carregar a pé os postes até os locais. A energia para o abastecimento de água já foi restabelecida. 

Unidades consumidoras desligadas na RMC, segundo atualização das 13h15 deste domingo:

Quitandinha – 2,3 mil

Mandirituba – 1,5 mil

Tijucas do Sul – 1,2 mil

Lapa – 1,2 mil

Rio Negro – 975 

Araucária – 965

São José dos Pinhais – 717

Pien – 455

Agudos do Sul – 153


A Tribuna precisa do seu apoio! 🤝

Neste cenário de pandemia por covid-19, nós intensificamos ainda mais a produção de conteúdo para garantir que você receba informações úteis e reportagens positivas, que tragam um pouco de luz em meio à crise.

Porém, o momento também trouxe queda de receitas para o nosso jornal, por isso contamos com sua ajuda para continuarmos este trabalho e construirmos juntos uma sociedade melhor. Bora ajudar?


Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna