Quatro dias depois da prisão de quatro homens, que confessaram abusos sexuais, assassinato, ocultação de cadáver e vilipêndio (sexo com pessoa morta) da adolescente Tayná Adriane de Silva, 14 anos, encontrada morta em um terreno baldio em Colombo, ainda há muitas contradições. O resultado de exames preliminares não conferem com as confissões dos suspeitos, dadas em entrevistas coletivas, autorizadas pela polícia.

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Segundo a perita Jussara Joeckel, do Instituto de Criminalística, não foram encontrados indícios que Tayná havia sido abusada sexualmente. “Ela estava com as roupas alinhadas, com um cadarço amarrado no pescoço e tinha marca de pancada na cabeça”, disse a perita. Jussara ressaltou que no corpo não havia sinais de violência ou luta, característicos de quem tenta se livrar de uma relação forçada. Outros exames estão sendo feitos e os resultados finais devem ser divulgados em 30 dias, inclusive os que apontarão se houve ou não estupro. A perita ressaltou que o frio e a água gelada podem ter ajudado a conservar o corpo.

Percurso

Tayná foi vista pela última vez por volta das 20h40 de terça-feira passada, quando voltava da casa de uma amiga e passou em frente um supermercado, que possui um sistema de monitoramento. Ela mandou uma mensagem para a mãe, dizendo que estava chegando. Quadras abaixo, as câmeras de uma pizzaria não registram a passagem da garota.

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Entre um ponto e outro, estava a entrada de um parque de diversões, instalado no bairro há poucos dias. Analisando as imagens e supondo que a garota foi levada para o parque, a polícia deteve Adriano Batista, 23 anos, Sérgio Amorin da Silva Filho, 22 anos, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25 anos, e Ezequiel Batista, 22 anos.

Local

Durante entrevista coletiva, antes mesmo de o corpo ser encontrado, um deles confessou que a garota foi abusada sexualmente no dia do desaparecimento e na noite do dia seguinte, quando já estava morta. Mas a adolescente ter sido encontrada vestida de forma alinhada (calça, roupas íntimas e três blusas todas no lugar) enfraquece a versão do estupro do cadáver.

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O mesmo detido disse que havia conseguido uma pá para fazer uma cova rasa, nas imediações do parque, próximo a um campo de futebol. Foi neste local que as buscas foram realizadas na tarde e noite de quinta-feira e manhã de sexta-feira. No entanto, o cadáver foi encontrado em um poço, em um terreno baldio a mais de 200 metros de onde o parque estava instalado.

Além disso, ela foi morta por esganadura, com o cadarço da própria bota, ao contrário do que um dos suspeitos afirmou, de que deu uma “chave de braço” e adolescente desmaiou.

Enquanto os laudo da necropsia não ficam prontos, a população continua com a dúvida por que os detidos confessaram estupro, já que não há indícios aparentes do abuso.

Cope vai ajudar nas investigações

O delegado Silvan Pereira, responsável pela investigação, entrou em férias e quem assume os trabalhos na delegacia do Alto Maracanã é o delegado Fábio Amaro, titular de Pinhais. O Centro de Operações Policiai Especiais (Cope) também irá auxiliar nas investigações, levantando informações sobre a vida dos suspeitos. A polícia não confirmou se o dono do parque e seu filho serão investigados.

Um deles confessou ter participado de um crime em que uma mulher foi abusada sexualmente e assassinada, no litoral do estado. O delegado Amarildo Antunes disse que vai ouvi-los e saber por onde passaram e com quem se relacionaram. “Não posso falar sobre a morte e o envolvimento deles na morte da adolescente de Colombo. Esse caso continua com a delegacia do município, mas vou trabalhar para saber se eles cometeram outros crimes”, explicou.