No mês em que completa 332 anos, Curitiba ganhou um novo cartão-postal: três murais gigantescos de arte urbana realizados pelo renomado artista Eduardo Kobra, que cobrem os silos do Moinho da Anaconda, no bairro Jardim Botânico.

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Recebendo o nome de Ciclos e ocupando uma área de 5 mil m², a obra começou em janeiro deste ano e foi encomendada pela fábrica de farinha. A entrega foi realizada na noite de terça-feira (17), com participação de Kobra e do prefeito Eduardo Pimentel.

Kobra agradeceu a oportunidade e revelou que essa é a segunda maior arte urbana já feita por ele. “É um grande privilégio realizar meu trabalho em Curitiba, neste local icônico e histórico da cidade. Foi um grande desafio que certamente marcou minha trajetória. Agradeço a o convite, a paciência e a confiança de vocês no meu trabalho”.

Presidente do Moinho Anaconda, Max Piermartiri, ressaltou que a empresa tradicional de Curitiba decidiu estampar os silos vistos à distância para presentear a cidade. “Este é um reconhecimento pelo valor da cidade de Curitiba e de todos os cidadãos. A farinha que produzimos aqui sai desses portões para abastecer meio Brasil. Somos a unidade de moagem no país que mais longe leva sua farinha. Essa obra simboliza a dignidade em realizar nosso trabalho e que que ela nos inspire a cada dia para produzir um produto que é sagrado”, disse Piermartiri.

Foto: Valquir Aureliano/SECOM

O que mostra a arte gigante feita por Kobra em Curitiba

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Estampadas nos dez silos de 10 metros de altura do moinho, Ciclos é a segunda maior obra já realizada pelo artista, que tem criações estampadas em arranha-céus de grandes centros mundiais, como Nova York, Paris, Tóquio, Mumbai, Londres, Rio de Janeiro e São Paulo.

Kobra começou a trabalhar no mural em janeiro. Foto: Valquir Aureliano/SECOM

A intervenção urbana ilustra três fases da transformação do trigo em pão: a colheita dos grãos; a massa sendo sovada e o pão já assado. A obra em Curitiba foi encomendada pela indústria de produção de trigo Anaconda, em comemoração aos 75 anos, em 2026.

Produção da obra nos silos do Moinho da Anaconda

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Kobra explica que para estampar as grandes fachadas são necessárias semanas de pré-produção e de artistas experientes em pintura em grandes alturas. Ele conta com dois especialistas, Aguinaldo e Marcos, que trabalham há 15 anos com o artista.

“Ciclos” teve o desafio extra de ser a primeira obra artística dele em uma estrutura não plana: a arte urbana na capital paranaense levou em consideração a curvatura cilíndrica dos silos.

“Eu já tinha realizado pinturas anamórficas com efeito 3D, no piso, mas sempre em áreas planas, que é muito mais fácil. Eu estava apreensivo para saber se realmente funcionaria”, revelou Kobra.

Kobra contou também que há um segredo para ver a melhor formação das imagens: “O melhor ângulo correto é focar na parte central dos murais da sova da massa e da que apresenta o pão assado”, disse. Para o mural que representa a colheita do trigo, com face para o Viaduto do Colorado, a melhor vista é da parte inferior, até o nível de quem está passando pelo viaduto.