A Secretaria da Justiça (Seju) divulgou ontem que está tomando medidas para acabar com as rebeliões nos presídios da Região Metropolitana de Curitiba. Na maioria dos motins, os detentos pedem transferências às cidades de origem, para cumprir pena próximo de seus familiares, conforme lhes garante a lei. A Seju iniciou levantamento de todos os presos interessados em transferências.
Cezinando Paredes, diretor do Departamento Penitenciário (Depen), ressaltou que os motins não são ações contra a gestão do sistema penitenciário, muito menos questionam superlotação ou tratamento inadequado. Apenas encontraram nas rebeliões maneira extrema de pedir transferências, depois de tentativas frustradas junto ao Judiciário.
A exceção é do Centro de Regime Semiaberto Feminino (CRAF), onde as presas pediam melhora no atendimento jurídico e a flexibilidade na entrada de produtos levados por familiares. Com a lista de pedidos de transferências em mãos, cada nome será avaliado com as respectivas Varas de Execuções Penais.
Facção
Paredes destacou que os gritos de guerra da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) já eram de conhecimento do Depen e que o grupo criminoso nada tem a ver com os últimos acontecimentos nos presídios. Todas as ações e integrantes da facção estão sob monitoramento constante e o Depen prefere não falar de tais gritos, para não “glamourizar” os criminosos.
O diretor negou que tais imagens mostrem algum tipo de controle da penitenciária por parte dos presos. “Se eles têm o controle da penitenciária, por que continuariam lá trancados?”. Cezinando assinala que “quem fala em controle da unidade pelos presos são alguns agentes, que preferem o anonimato a assumirem a função para a qual foram contratados pelo Estado”. “O dever deles seria levar essas informações ao serviço de segurança e propor soluções. Por que não o fizeram?”, afirma o diretor recém-empossado. Em setembro, os gritos de guerra filmados pelos agentes foram informados em relatórios à chefia de segurança da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP I).