A escalada nos casos de Covid-19 em Curitiba levou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a recomendar o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas. A medida, tomada na semana passada, tem como objetivo reverter a curva de novas notificações e de casos ativos da infecção pelo coronavírus. A titular da pasta, Beatriz Battistella, pediu paciência e colaboração dos curitibanos para que a recomendação não se transforme em obrigatoriedade.
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No boletim mais recente da doença na capital, a SMS confirmou 1.713 novos casos de Covid-19 e três óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus. O número de pessoas com potencial de transmissão do coronavírus, os chamados casos ativos, já se aproxima de 11 mil. Para a secretária, o momento atual pede novamente a adoção das chamadas medidas não farmacológicas para que a curva de contágio volte a ser controlada.
“Nós mantemos o estado de atenção, e por isso voltamos a recomendar o uso de máscaras e a manutenção dos ambientes arejados, assim como a higiene das mãos. Todas essas medidas já são conhecidas, e são também de extrema importância para colaborar na diminuição da circulação do vírus entre nós. Estamos em ritmo de subida dos casos, e vamos seguir acompanhando os próximos dias para que possamos avaliar quaisquer ações futuras”, alertou a secretária.
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Entre essas ações futuras consideradas pela pasta estão o retorno do uso obrigatório das máscaras e até mesmo o recrudescimento das medidas de controle, como a volta do isolamento social. De acordo com Battistella, o cenário atual das internações em leitos de enfermaria e UTI – um dos principais indicadores da gravidade da pandemia – apresenta tendência de estabilidade. Caso o cenário não se mantenha, alerta, pode haver mudanças na abordagem por parte da secretaria.
“O cenário não é igual ao que já foi há três semanas, um mês. As pessoas estão se contaminando mais, há mais de 10 mil pessoas consideradas casos ativos. Por enquanto é um alerta, uma recomendação feita para a nossa cidade. É um alerta de que o quadro atual inspira cuidados. Se esses cuidados não forem tomados, não há alternativa a não ser avançar nas medidas, até o horrível momento de ter que dizer às pessoas para que permaneçam em suas casas. É extremamente desgastante colocar essa lâmina no pescoço das pessoas, então nós pretendemos passar de um momento epidêmico para outro dessa forma, em uma transição”, pontuou.
Um dos pontos favoráveis indicados pela secretária é o efeito da cobertura vacinal na cidade. Mais de 82% dos curitibanos aptos receberam ao menos duas doses dos imunizantes. Esse fato é citado por Battistella como o principal diferencial de outros momentos críticos da pandemia na cidade.
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“Março de 2021 foi quando mais ocorreram óbitos na pandemia. Em um só dia houve 59 mortes, no mês inteiro foram mais de mil mortes. E esse não é o nosso cenário atual, maio de 2022 está muito diferente. Não é possível, e por isso não queremos aplicar a mesma medida mais radical já utilizada anteriormente em momentos tão distintos. E essa distinção é graças à vacina, as pessoas se vacinaram e estão mais resistentes. Nós vamos passar esse momento, tenho certeza, como passamos por janeiro de 2022, por março de 2021”, reforçou.
Por fim, Battistella reforça que a pandemia, apesar das expectativas da população, ainda não acabou. Apesar de a cidade ter registrado índices animadores em períodos como no final de 2021 e após o último grande pico da doença no início de 2022, é preciso ter paciência para que a Covid-19 volte a ficar sob controle.
“Não acabou antes, e não deve ser esse pico de agora a sinalização do fim. O grande aprendizado é a paciência, uma vez que as coisas não vão passar da forma rápida como gostaríamos. Temos que ter mais disciplina, usar máscaras novamente em alguns momentos nos locais fechados, no transporte coletivo, na escola, no trabalho, na igreja, no shopping, no supermercado. Já ficamos dois anos usando, mais um pouquinho de uso de máscaras pode ser adotado por todos. E se a curva não se reverter, o uso pode voltar a ser obrigatório, e outras medidas mais restritivas podem ser necessárias”, concluiu.