Cerca de 5 mil funcionários do sistema de transporte coletivo de Curitiba descobriram apenas quando foram sacar o salário que apenas metade do valor havia sido depositado. A justificativa, de acordo com o Setransp, entidade que representa as empresas de viação da capital e região metropolitana, é a queda brusca de passageiros por causa da pandemia de coronavírus. Isso diminiu o valor do repasse da Urbs, a empresa municipal que gerencia o sistema, às empresas.
A situação atinge motoristas e cobradores de cinco das dez empresas, que se comprometeram a pagar o restante dos salários ainda em abril: algumas em parcela única e outras em duas vezes.
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O Sindimoc, sindicato que representa motoristas e cobradores, declara que só ficou sabendo da medida na segunda-feira (6), quando os salários não foram pagos integralmente. De acordo com o sindicato, não houve nenhum acordo prévio ou negociação para parcelamento. O sindicato já esperava que algo semelhante pudesse acontecer, diante da queda de arrecadação, embora empresas e poder público tivessem se comprometido a manter a remuneração.
De acordo com a Urbs, a redução de passageiros chega a 80% nos ônibus por causa do isolamento social para prevenir o covid-19. Foram 164.842 passageiros no sistema na última quinta-feira (2), enquanto que no dia 10 de março, antes das medidas preventivas, 756.167 passageiros circularam pelos ônibus.
As empresas que não conseguiram pagar integralmente os salários foram Gloria, CCD, São José Filial, Tamandaré e Viação Sorriso. O Ministério Público do Trabalho (MPT) foi acionado para acompanhar o caso.
Cenário futuro
A preocupação está voltada também para o cenário futuro, com a perspectiva que o número de usuários do sistema continue baixo. Segundo o Sindimoc, não há intenção de fazer greve e também não houve qualquer menção sobre demissões.
A Urbs informa que só foi informada da redução dois dias antes do pagamento de salários. A empresa gerida pela prefeitura foi infomormada por meio de um documento em que as empresas pediam auxílio, pois poderia haver atraso de salário.
A empresa municipal informa que está estudando a situação para analisar o que será feito, inclusive com a intercedência junto aos governos estadual e federal. A Urbs informa ainda que o repasse ficou apenas 20% da média mensal – o que representou R$ 14 milhões a menos.
O Setransp informa que está tendo custos altos com a frota circulando boa parte do tempo vazia e que a diminuição na receita impactou diretamente a folha de pagamento, que equivale a mais da metade da despesa. A entidade patronal informa também que não houve tempo de avisar os empregados com mais antecedência, uma vez que havia a expectativa de alguma resposta positiva, no sentido de auxílio financeiro por meio do poder público.
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Por meio do Setransp, as empresas informaram que a prioridade é manter o serviço, que é considerado essencial, inclusive para o transporte de categorias como profissionais de saúde e trabalhadores de supermercados, e também assegurar os empregos. Ajustes na quantidade de veículos em circulação estão sendo pedidos diariamente, uma vez que que embora ainda haja concentração em horários de pico, nos intervalos muito combustível é queimado sem demanda proporcional.
Atualmente, a frota está rodando nos dias de semana com escala de sábado, mas com reforço nos horários de pico, e aos finais de semana com escala de domingo.
As empresas também se comprometeram a pagar o restante dos salários ainda em abril e destacaram que o vale-alimentação foi repassado integralmente. Também se comprometeram a tentar tirar do contato direto com o passageiro os funcionários de grupos de risco, como maiores de 60 anos, que estariam sendo encaixados em férias.
A expectativa das empresas é de que algum tipo de suporte financeiro seja oferecido. Um exemplo seria o que aconteceu em Belo Horizonte, em que a prefeitura mandou reduzir a frota e se comprometeu a pagar uma diferença, uma espécie de subsídio. O setor ainda analisa a adesão à medida provisória (MP) editada pelo governo federal que estabelece a redução de salário, compensada pelo poder público, mediante a garantia de empregos.
Como prevenir a contaminação por coronavírus
- Lavar as mãos com frequência/ ou utilizar álcool 70%, principalmente antes de consumir algum alimento;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
- Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações;
- Pessoas com sintomas de infecção respiratória aguda devem praticar etiqueta respiratória (cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, preferencialmente com lenços descartáveis, e depois lavar as mãos).
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