Rua monitorada por sirenes no Pinheirinho

“Esta rua está monitorada 24 horas por dia.” Quem lê os dizeres em diversas faixas na Rua Neuza de Fátima Ferreira, no bairro Pinheirinho, em Curitiba, pode até achar que se trata de câmeras de vigilância ou modernos equipamentos de segurança. Mas não. O monitoramento acontece pela combinação da atenção dos moradores da rua com um sistema de sirenes, desenvolvido por eles mesmos.

Quando uma pessoa suspeita passa pelo local, basta apertar um interruptor que fica dentro de casa. Este aciona uma sirene instalada no poste da rua. O barulho ensurdecedor, feito em cadeia, alerta os vizinhos e faz com que os suspeitos desistam de praticar delitos.

Com as buzinas, os moradores esperam que pequenos furtos e arrombamentos acabem. Das 38 casas da rua, 36 já estão com o sistema. Cada kit com sirene, fios e interruptor custa R$ 25, valor acessível para quem mora na rua. Desde que foram instaladas, há um mês, não houve qualquer incidente.

A notícia se espalhou pela região e, juntamente com as faixas, já causou uma diminuição na circulação de pessoas suspeitas no local. “Aqui, os arrombamentos de casas, pequenos furtos e roubos de bicicleta eram constantes e à luz do dia”, relata o morador Antônio Marcelo Machado.

Depois de tantos casos, os moradores começaram a pensar em uma alternativa para afastar os ladrões. A primeira idéia era um apitaço, mas a sugestão foi descartada com receio de exposição. Logo apareceu a iniciativa de instalar as sirenes.

“Começamos a ver quanto custava e um vizinho, que trabalha com alarmes, conseguiu um preço mais barato. Logo os moradores foram incorporando a idéia”, conta o morador Ronaldo Pereira.

Algumas regras para a utilização do sistema foram estabelecidas. A partir do momento que um tocar a sirene, todos devem acionar também, para causar intimidação.

Posteriormente, com cuidado, os moradores sairão de suas casas para verificar a situação. Eles também devem acionar a polícia. “O sistema vai ajudar muito, especialmente as mulheres, que ficam sozinhas com crianças”, avalia o morador Sérgio Farias.

A comunidade fez contato com a companhia da Polícia Militar responsável pelo policiamento da região para apresentar o sistema. A idéia foi aprovada pelo sargento Meira, da 4.ª Companhia do 13.º Batalhão da PM. “É uma iniciativa excelente. Mas é preciso tomar cuidado para não fazer papel de polícia”, comenta o sargento.

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