A estação do outono, que começou em 20 de março e vai até 21 de junho, é um período que atrai os olhares de fotógrafos – e do público que adora uma boa selfie num local “instagramável” – para a Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, no bairro Mossunguê, em Curitiba. O local se se torna uma atração quando as folhagens avermelhadas das árvores passam a enfeitar o outono da rua. Famílias, casais de namorados, noivos, mulheres grávidas e turistas disputam espaço para um registro fotográfico no charmoso endereço. E as folhas que começaram a ganhar cor na metade deste mês abril já estão quase todas coloridas.

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Famoso no Instagram, o “corredor vermelho” do Mossunguê ganhou visibilidade Brasil afora por conta das árvores de folhas em forma de estrela que, nessa época do ano, conferem à rua o aspecto bucólico e um visual de encher os olhos, a ponto de transformar a região residencial em ponto turístico. O nome da árvore é complicado: “Liquidambar”. E, na internet, há quem diga que a graça de frequentar aquele cenário está no fato de o endereço “nem parecer no Brasil”.

No fim da tarde de quarta-feira (27), a empresária Paula Mota, 40 anos, que tem loja de confecção em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, aproveitou para clicar as novas tendências da moda que estarão disponíveis em sua loja para o Dia das Mães. “Eu soube da existência desse lugar recentemente, por uma amiga que comentou da rua que é muito famosa. Por acaso, mandei mensagem para a minha fotógrafa, para clicar a coleção, e ela me sugeriu justamente essa rua para fazer o ensaio. Eu topei na hora. As fotos da loja vão ficar sensacionais para a campanha do Dia das Mães. É lindo”, contou a empresária.

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Paula Mota aproveitou a rua para clicar as novas tendências da moda que estarão disponíveis em sua loja para o Dia das Mães. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.
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Quem fotografava as roupas era a fotógrafa Renata Gentil, 35 anos, que também é de Pinhais. Foi a primeira vez dela na Alencar Furtado. “Sempre passava por aqui e aguardava uma oportunidade. Por causa da logística, a gente acaba focando os ensaios em locais mais perto de Pinhais, mas aqui é perfeito, muito lindo”, disse.

Também na quarta-feira, um grupo de três fotógrafas fazia um ensaio profissional para divulgação do trabalho delas nas redes sociais. Estavam lá a Elsa Cassiane Zepechouka, 41 anos, a Maira Faraco, 39 anos, e a Tânia Valentim, 50 anos.

A rua é tão instagramável que nem o repórter que vos escreve esta reportagem escapou dos cliques. Na foto estão Tânia, Elsa, e Alex Silveira. Foto: Gerson Klaina.
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“A gente já conhecia a rua. Soubemos que ela já estava com as folhas avermelhadas acompanhando as dicas dos amigos. Há duas semanas, eu mandei mensagens para pessoas que moram aqui perto, para saber se já estava tudo vermelho. Ainda estava verde. Aí, nesta semana, mandei outra mensagem e descobri que tinha avermelhado. Por isso viemos hoje”, contou a Maira Faraco.

Já a Manoela Kuchnir Almeida, 38 anos, aproveitou o último domingo (24), perto do meio-dia, para fazer fotos com a filha recém-nascida Catarina Kuchnir Franke e com o marido Diego Marcel Franke. Eles usaram os celulares para fazer vários cliques na Alencar Furtado. “Todo mundo tem que ir conhecer. As folhas vermelhas estão só começando, vão ficar ainda mais lindas nas próximas semanas”, ressaltou a mãe.

Manoela e o marido Diego aproveitaram a beleza da “rua do outono” para fazer um ensaio com a filha recém-nascida, a fofíssima Catarina. Foto: Gerson Klaina.

A família aproveitou para dar algumas dicas, para que ninguém tenha transtorno ao fazer fotos no local. “Tem que cuidar com os ônibus. Mesmo final de semana, eles continuam passando pela canaleta, não dá pra se distrair”, alertou.

A reportagem também destaca que o uso de repelente é importante. Geralmente, no fim da tarde, costuma haver alguns mosquitos no local.

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Mas da onde veio essa árvore??

Nos idos de 2001, Roberto Salgueiro, engenheiro florestal do Horto Municipal da Barreirinha, ligado à Prefeitura Curitiba, não imaginava que as pequenas mudas escolhidas para a arborização do trajeto que começa nas imediações da Rua Mario Tourinho e segue até o Terminal Campo Comprido, virariam atração turística vinte anos mais tarde.

Foi ele o responsável pela escolha, cultivo e plantio da espécie Liquidambar na cidade. “Naquele tempo a região do Mossunguê começava a erguer-se como polo residencial. Sem muitos prédios e com o longo trecho da canaleta do expresso, a ideia era construir um corredor verde para a passagem do ônibus. Optamos pelo Liquidambar devido à estética e não imaginávamos que, no fim das contas, os tons de vermelho cairiam tão bem à rua”, revelou.

Importados dos Estados Unidos e plantados quase artesanalmente pela equipe da prefeitura, oitocentos e cinquenta e três Liquidambares – que levam o nome por conta da resina cor de âmbar que produzem – foram instalados um a um, a cada dez metros, às margens da rua. “A gente ia subindo a pé fazendo as marcações para cada árvore. Os recursos eram diferentes naquele tempo. Hoje a gente usa um spray que torna tudo bem mais prático”, lembra Roberto que, a princípio, tinha em mente plantar as mudas na Rua Padre Anchieta, no Bigorrilho.

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No fim das contas, elas adaptaram-se melhor lá mesmo, no Mossunguê. “Jamais imaginei que as árvores fossem agradar tanto e que se tornariam cenário para as fotos de tanta gente. Fico emocionado ao saber que o público de Curitiba valoriza a paisagem local com tanto carinho”, disse Roberto.

Orgulhoso “da cria”, o engenheiro avisa: os que encantam-se com a beleza das árvores hoje, não perdem por esperar! “Daqui a alguns anos as folhagens dos Liquidambares vão expandir e fechar sobre a rua, formando não um corredor, mas um túnel de folhas vermelhas. Se hoje já é bonito, daqui um tempo vai ficar de tirar o fôlego”, avisa. Perguntamos se ele próprio rendeu-se à bela paisagem. “Confesso que já fui até lá para tirar uma selfie, esse ano”, brincou.

Rua mais bonita da cidade fica no bairro Mossunguê e chama atenção durante o outono. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.
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