Uma rotina de ser acordado de madrugada com avisos de assalto no celular. Clientes abordados à mão armada enquanto conversam e tomam alguns goles de cerveja. Assim tem sido a rotina de empresários e frequentadores de bares e restaurantes de Curitiba desde que as restrições impostas pela Covid-19 começaram a ser suspensas, em meados de agosto do ano passado.

continua após a publicidade

LEIA TAMBÉM:

>> Empresário volta a reclamar de insegurança em Curitiba após bar ser roubado 14 vezes

>> Olha o golpe! Casal finge passar mal em Curitiba pra escapar da conta de R$ 400 no Batel

continua após a publicidade

>> Restaurante da UFPR viraliza com decorações inusitadas; Tem galinha de gravata e pavão e até golfinho!

Só em um bar na região central da cidade, o empresário Juliano Todeschini acumula 18 ocorrências em seu Lotus Sunset, na badalada área da Praça da Espanha. Ele não estava presente em nenhuma delas, mas, as câmeras de segurança registraram as ações de furtos dos bandidos.

continua após a publicidade

No entanto, começou a ficar com medo de abrir as portas quando, mais recentemente, uma gangue armada invadiu um bar muito próximo dali rendendo clientes e funcionários. Todeschini contou ao Bom Gourmet Negócios e à Gazeta do Povo que já viu o mesmo ocorrendo com outros estabelecimentos vizinhos na região, e que tem medo de ser o próximo.

“Já vi a mesma coisa acontecendo em uma cafeteria aqui perto, em outro restaurante, e estou com medo de trabalhar. Abro o meu bar porque preciso, mas tenho medo”, conta.

LEIA MAIS – Número de famílias endividadas tem maior valor dos últimos 12 anos; Dez dicas pra não cair em dívidas!

A realidade dele é a mesma vivida por tantos outros empresários da região central de Curitiba, que engloba o centro e mais os bairros do primeiro anel. Relatos semelhantes se acumulam nas páginas da Gazeta e da Tribuna, como o de outro empresário da região central que teve o bar invadido 14 vezes, e geraram uma reação por parte de empresários.

Unidos pela segurança

Uma reunião realizada com o 1º Comando Regional da Polícia Militar, na tarde desta segunda (9), vai gerar um termo de cooperação unindo a corporação, os associados à seccional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR), a Prefeitura de Curitiba e a Polícia Civil para reforçar o policiamento na região.

Segundo o coronel Renato Ribas, que vai liderar os trabalhos, serão realizadas operações para inibir a ação dos criminosos e da suposta gangue que está assaltando os estabelecimentos mesmo durante o horário de atendimento.

LEIA AINDA – Alarme incessante? Proprietário pode levar multa de até R$ 10,7 mil em Curitiba

“Isso será feito a partir de um policiamento mais intensivo principalmente nos locais, horários e determinados dias da semana com mais movimento nestes estabelecimentos, que viram o fluxo de clientes aumentar com a volta à ‘vida normal’”, explicou.

De acordo com ele, a quantidade de roubos registrados teve um pequeno aumento nos primeiros quatro meses deste ano se comparados ao mesmo período de 2021, quando decretos restritivos estavam em vigor: 48 ocorrências contra 45, respectivamente.

Ribas justifica que foi um aumento pontual por conta da reabertura total do comércio. Mas, que é um número possivelmente subnotificado, já que empresários e clientes deixam de registrar a ocorrência por medo de represálias.

VIU ESSA? Novos radares em Curitiba vão flagrar deslizes de motoristas a partir de quarta-feira. Saiba onde!

“As pessoas estão com medo de fazer os BO’s (boletins de ocorrência), principalmente os empresários, que temem ser alvo de ações mais violentas dos bandidos”, conta Luciano Bartolomeu, diretor-executivo da Abrasel-PR.

É o que foi apurado pela reportagem em conversas reservadas com alguns empresários. Há o medo de que os crimes normalmente ocorridos com as portas fechadas aconteçam com os clientes nas casas – o que aumenta o risco se os bandidos estiverem armados.

Ações táticas

Uma das ações em estudo é a interligação das câmeras de segurança dos restaurantes com a polícia. Foto: Rawpixel

O reforço no policiamento não teve mais detalhes divulgados, que devem ser mantidos em sigilo para não afetar a estratégia de ação. No entanto, o coronel Renato Ribas afirma que a expectativa é de que o número de novas ocorrências chegue a próxima de zero em 30 dias.

“A cidade é muito grande e há uma infinidade de bares e restaurantes espalhados. A ação será principalmente na região central, mas vai pegar um pouco também do Alto da XV, do Água Verde, do Juvevê, entre outras, em áreas de grande concentração de estabelecimentos”, afirma.

LEIA AINDA – Motorista “atropela” motociclista e foge sem prestar socorro. Veja as imagens!

Segundo a Abrasel-PR, o termo de cooperação ainda vai permitir que a Polícia Civil tenha acesso mais rápido às câmeras de segurança dos próprios estabelecimentos e também das vias públicas, administradas pela Prefeitura. Juliano Todeschini, que pressionou pela reunião após as quase duas dezenas de assaltos, explica que os empresários terão uma comunicação mais facilitada com as próprias viaturas policiais que estiverem em ronda.

“Na semana que vem, teremos uma reunião para apresentar um projeto que permita uma interligação das câmeras de segurança com a polícia, para que acompanhem também mais rapidamente em caso de ocorrência”, conta.

Ele afirma, ainda, que um módulo policial seja instalado na região da Praça da Espanha, mas que outras zonas boêmias de Curitiba não fiquem desassistidas de policiamento. “Não é só pra mim ou para o meu vizinho, é para que todos os frequentadores e empresários de restaurantes da cidade possam trabalhar com mais segurança. Eu estou realmente com medo”, completa.

Este repórter também já foi assaltado à mão armada na mesma região em que Todeschini trabalha, logo após o cair do sol em um sábado.

Mania de Você

Moema tenta convencer Rudá a ficar no Brasil

Garota do Momento

Clarice sente dor de cabeça