Uma solenidade restrita a convidados, na manhã desta quarta-feira (13), em Curitiba, marcará os 30 anos de fundação de uma das companhias da Polícia Militar (PM) mais temida pelo crime, a Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone). Criada em 13 de julho de 1992, a Rone surgiu na capital como uma equipe policial de combate aos crimes violentos da época, no guarda chuva do Batalhão da Polícia de Choque. Em pouco tempo, passou a atuar em todo o Paraná.
Segundo a organização, o evento contará com a presença do coronel Sérgio Itamar Alves, 75 anos, fundador do grupo, além de autoridades civis e militares e membros da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), fundada em São Paulo na década de 1970 e que serviu de modelo para as forças especiais brasileiras.
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“Na época era um grupo, com cerca de cinco ou seis viaturas. Vemos o quanto a Rone cresceu e o quanto pode auxiliar a população no combate à criminalidade. Hoje, são duas companhias”, disse o coronel, que entre 1994 e 1995 foi comandante-geral da Polícia Militar.
Lá nos anos 1990, antes de chegar ao comando-geral, o coronel Itamar era o comandante do Comando da Capital. Ele conta que muitos grupos criminosos começaram a agir de forma violenta em Curitiba. “Algo precisava ser feito. Conversamos com o Governo do Estado, com o Comando Geral e o grupo da Rone foi criado para ações específicas de combate ao crime organizado. Por exemplo, quando ocorria um sequestro, esses policiais eram acionados para agir em Curitiba e região metropolitana. Também para o combate ao tráfico de drogas. Com o tempo, o grupo passou a se deslocar para outras cidades do Paraná”, relembra.
Outra lembrança do coronel é sobre a forma de atuar da PM. Antes da Rone, o policiamento das equipes era feito em duplas. Depois, criou-se o formato de equipes com quatro policiais e com armas sofisticadas. “O objetivo era acabar com a ação desses criminosos. A violência não poderia continuar impune na capital”, explica coronel Itamar.
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Ainda conforme o coronel, um fato marcante na época da fundação da Rone foi a morte brutal de uma jovem que estava parada em um semáforo, no Batel. “Ela era filha de um secretário de Estado. Morreu em uma tentativa de assalto, com um tiro disparado contra a janela. Essa triste ação, que chocou as pessoas na época, também reforçou a necessidade de se tomar uma atitude contra a violência. Eram tempos de tensão”, finaliza.
Atualmente, a Rone é comandada pelo coronel Mario Henrique do Carmo, intitulado como comandante do Comando de Policiamento Especializado da PM. Já o comandante do Batalhão de Polícia de Choque é o tenente coronel Paulo Renato Aparecido Siloto. O comandante-geral da PM é o coronel Hudson Leôncio Teixeira.
Programação
Conforme explicou a organização do evento, para celebrar os 30 anos da Rone foram confeccionadas 60 moedas alusivas ao aniversário. Elas serão distribuídas para os policiais que pertencem ao efetivo atual, para policiais que fizeram história na companhia e para cidadãos que de alguma forma contribuíram para o trabalho de polícia da Rone.
Também haverá outras homenagens e o descerramento de uma placa comemorativa aos 30 anos. A placa será semelhante à placa da fundação da Rone, datada de 1992, que contém os nomes dos membros do primeiro efetivo do grupo. A nova placa destacará o nome do atual quadro policial da Rone.