Tecnologia

Robô será usado para tratar o câncer de mama em Curitiba

Hospital Erasto Gaertner - O Hospital Erasto Gaertner é um dos principais centros oncológicos do estado do Paraná. A missão do hospital, localizado em Curitiba, é combater o câncer com humanismo, ciência e afeto. Foto: Marcelo Andrade / Divulgação

O Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba (PR), realiza neste sábado (28) a inovadora mastectomia robótica de mama (retirada da mama com auxílio de um robô, o Da Vinci, para tratamento do câncer). Nenhuma outra instituição realizou tal técnica na América Latina, sendo a segunda vez que o HEG sai na frente no que diz respeito à realização de novas técnicas em cirurgias minimamente invasivas com o uso do sistema cirúrgico robótico.

Por isso, o procedimento será transmitido para cirurgiões do Brasil inteiro, a fim de compartilhar informações e conhecimento.

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A técnica foi desenvolvida e é muito praticada no Instituto Europeu de Oncologia em Milão (Itália). À frente da equipe que fará a mastectomia robótica está o cirurgião José Clemente Linhares, chefe do Serviço de Ginecologia e Mama do Hospital Erasto Gaertner. O especialista e sua equipe, passaram por um período de estudos em Milão, trazendo a novidade para o Brasil.

Entenda como o robô funciona

O robô da Vinci, é dividido em três componentes: Console do Cirurgião, onde o médico fica ergonomicamente sentado e movimenta os controladores com as mãos para que tais movimentos sejam transmitidos precisamente às pontas dos instrumentais. O cirurgião observa o procedimento através de visão 3D. Já o segundo item, o Carro do Paciente, é o robô propriamente dito, e fica acoplado à paciente durante o procedimento. Toda movimentação é comandada pelo cirurgião (o robô possui quatro braços onde são instalados três instrumentais e uma câmera) e, por último, a plataforma conta com o Carro de Visão que fornece visibilidade do procedimento à equipe cirúrgica, além de possibilitar acesso às configurações de imagem e de som no monitor touchscreen.

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Vantagens da cirurgia robótica de mama

 “O principal ganho é em relação à posição da cicatriz, já que todo o envelope de pele é mantido, a cicatriz praticamente não aparece. Em procedimentos tradicionais, as cicatrizes são maiores, localizadas abaixo do seio ou no mamilo, e neste caso, com o uso da robótica, a cicatriz tem entre apenas 3 e 4 centímetros e ficou na axila, muito mais discreta para a paciente”, explica Linhares.

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Segundo o médico, a Mastectomia com robô da Vinci torna possível visualizar toda a mama durante a cirurgia através de um orifício de três centímetros na axila. O tempo de procedimento pode variar, mas é semelhante à técnica aberta, mais tradicional.

O que elas dizem sobre a cirurgia

A enfermeira Diocélia Boico Pazio foi a primeira mulher a ser submetida à cirurgia para a retirada de mama com o robô Da Vinci, no Brasil, em fevereiro de 2019. A paciente passou pelos dois tipos de cirurgia: a convencional, para retirada de uma das mamas em 2016, e a robótica, para retirar a outra mama de forma preventiva, após descobrir que tem uma mutação genética e predisposição para um novo tumor.

Na comparação, a cirurgia robótica superou as expectativas de Diocélia. “No início, fiquei apreensiva, não sabia se ficaria sozinha com um robô na sala de cirurgia. Mas depois, vi uma equipe com muitos profissionais, muitos equipamentos inovadores e aí, senti muita segurança. Tive alta do dia seguinte mesmo e era como se eu não tivesse feito a cirurgia. Não sentia dor nenhuma, às vezes até esquecia que estava operada. Recuperei-me mais rápido, consegui ir logo para a faculdade e voltar à minha vida normal”, conta Diocélia.

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A poucos dias de realizar o grande sonho de reconstruir a mama, Ana Claudia Ferreira não cabe em si de tanta ansiedade e boas expectativas. A nutricionista tem o mesmo perfil clínico da Diocélia: retirou uma mama para tratamento do câncer, passou por exames genéticos e descobriu o risco maior de desenvolver a doença de novo na outra mama.

A diferença é que em meio a tantas lutas ela ainda enfrentou os obstáculos impostos pela pandemia da Covid-19, como o adiamento, por segurança, da cirurgia. “Estou feliz pela oportunidade de fazer esse procedimento com uma técnica minimamente invasiva, principalmente pela cicatriz que será menor e pela recuperação que será mais rápida. Além disso, a falta da mama inevitavelmente impacta na autoestima, e chegar ao tão esperado momento da reconstrução me deixa muito animada. Sei que é só o início de um longo processo e que não vai ficar igual era antes, mas me sinto segura com os profissionais que me acompanham e sei que estou recebendo um tratamento incrível. Estou ansiosa para me olhar no espelho no pós-operatório e voltar a me reconhecer”, relata Ana Cláudia.

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