Vista como modelo no controle no início pandemia, Curitiba sente agora os reflexos do afrouxamento do isolamento social de quase um mês atrás. A curva da propagação do coronavírus, que antes parecia amenizada na capital paranaense, está crescendo vertiginosamente e pressionando o sistema de saúde.

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O problema é que, enquanto vemos os casos e mortes aumentando, estamos diminuindo o isolamento. Responsabilidade atribuída aos governantes, que afrouxaram regras para setores não essenciais, e aos cidadãos pela falta de coletividade no enfrentamento da doença, ainda sem cura ou vacina.

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Por isso, a Tribuna lista cinco consequências da redução do distanciamento. E sempre é bom lembrar: se puder, fique em casa!

1 – Disparo da covid-19

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Os casos de coronavírus dispararam na capital. Curitiba tinha uma média de 12 confirmações de covid-19 por dia até 28 de maio. Em junho, o número de infectados triplicou. Até 30 de maio, eram 1.109 casos confirmados e 46 mortes. No boletim epidemiológico mais recente, de terça-feira, 23 de junho, os casos saltaram para 3.298, com 116 mortes ao desde que a pandemia começou.

Além disso, o Paraná tem a terceira pior taxa de contaminação do coronavírus no país. “Nos últimos 10 dias nos encontramos numa espiral ascendente, isto é, estamos em um crescimento exponencial da curva aqui em Curitiba. Assim, todas as medidas necessárias precisam ser feitas por toda a população”, alerta a médica infectologista do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Marion Burger.

2 – Risco de UTIs lotarem

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Curitiba está se aproximando da ocupação total dos leitos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada exclusivamente para pacientes com covid-19. Segunda-feira (23), chegaram à ocupação máxima de suas UTIs de covid-19 o Hospital do Trabalhador e o Hospital Evangélico Mackenzie, duas das principais unidades de enfrentamento à pandemia na cidade.

Outros hospitais estão no limiar das vagas de UTI. Segundo o boletim mais recente da Secretaria Municipal de Saúde, Curitiba tem 75% dos leitos destinados a pacientes com covid-19 já ocupados.

Todos os pacientes com sintomas suspeitos de síndromes respiratórias agudas graves vão para leitos exclusivos covid-19 e não apenas os com casos confirmados. O risco de atingir 100% é não ter mais espaço para tratar novos casos graves da doença quando chegarem à unidade emergencial. 

3 – Chance de lockdown

O aumento expressivo dos casos em todo o Paraná, pôs a possibilidade de lockdown – fechamento total, com exceção de serviços essenciais – no horizonte.

O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, não descarta decretar lockdowns regionais no Paraná. “O lockdown regional é possível. Estamos analisando os números”, avisou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, em entrevista à RPC. Em Curitiba

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Os municípios da região metropolitana de Curitiba adotaram medidas comuns por 14 dias desde segunda-feira (22) para evitar o avanço da covid-19. A principal delas é a restrição de horários a serviços não essenciais, como academias, bares, restaurantes e até lojas de conveniência de postos de combustíveis. A medida mais severa na região metropolitana é a de proibir a abertura aos domingos de mercados, açougues e mercearias para evitar aglomerações. Tudo para evitar o lockdwon.

4 – Pronto-socorros sobrecarregados

Com mais gente na ruas, consequentemente aumentou o número de atendimentos nos prontos-socorros por outras razões, principalmente acidentes de trânsito.

Em abril, mês em que houve o maior isolamento social no Paraná, o Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal da Saúde registrou lotação nos pronto-socorros era em média por 12 dias. Em maio, a lotação ocorreu em todos os 30 dias do mês. Pelo ritmo de atendimentos, junho deve ter a mesma média de maio – ou seja, lotação máxima diária.

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Para tentar controlar este quadro, o governador Ratinho Jr orientou em decreto que os municípios adotem a proibição da venda de bebidas alcoólicas e o consumo em via pública à noite, das 22h às 6h do dia seguinte. “O consumo de bebidas alcoólicas gera muitos acidentes de trânsito e mesmo acidentes com armas que lotam nossos hospitais. Com essas medidas, vamos poder diminuir esses traumas que sobrecarregam nossos profissionais de saúde”, reforça o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.

Os municípios da região metropolitana e outros do interior já adotaram a proibição de bebidas após as 22h nesta semana.

5 – Fechamento do comércio

O isolamento social em Curitiba despencou após o afrouxamento. O índice, que chegou a ser de 67% no final de março, caiu para 38% nas últimas semanas. A prefeitura de Curitiba decidiu criar o sistema de bandeiras para controlar o que abre e fecha na cidade.

Por conta das recentes aglomerações, a capital entrou em alerta laranja, com restrição de horário e fechamento de diversos serviços. Bares não podem abrir, assim como academias, igrejas e centros esportivos. Shoppings e comércio funcionam em horários menores e os parques seguem fechados. 


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