Medo de avião

Risco de acidentes aéreos como o de Marília Mendonça é baixo, diz especialista

acidente aereo
Risco de acidentes aéreos como o de Marília Mendonça são pequenos, diz especialista. Foto: Albari Rosa

A tarde da última sexta-feira (5) foi marcada pelo acidente com um avião de pequeno porte que ocorreu na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. A queda causou cinco mortes, uma delas sendo da cantora Marília Mendonça, de 26 anos. Porém, o ocorrido não é novidade no mundo da aviação, que perdeu personalidades como os Mamonas Assassinas, Gabriel Diniz, Ricardo Boechat, Eduardo Campos, Teori Zavascki e atletas da Chapecoense, em situações similares.

Nesse cenário, é comum que haja medo e desconfiança quanto aos voos em aviões fretados, comuns no transporte de artistas. Segundo o coronel aviador da reserva da Força Aérea Brasileira e coordenador da Academia de Ciências Aeronáuticas Positivo (ACAP) da Universidade Positivo, Fabio Augusto Jacob, as falhas mecânicas não costumam ser o problema.

“Se fizermos uma retrospectiva olhando para detalhes dos acidentes como o dos Mamonas e o da Chapecoense, por exemplo, o que a gente observa é que o fator humano, a operação e as decisões tomadas é que acabam sendo o fator predominante, e não uma falha mecânica ou de manutenção”, explica.

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Além disso, Fabio ressalta que episódios como o de Marília Mendonça não ocorrem tanto quanto parece. “Esses acidentes chamam a atenção por envolverem alguém famoso, mas os índices em geral são bem pequenos, principalmente considerando o volume de voos, especialmente no Brasil. Têm muitos aeroportos no interior, muitos voos acontecendo entre pequenas cidades, então o nível é pequeno”, salienta.

Marília Mendonça

Sobre o acidente que causou a morte da cantora, o especialista indica que a fiação presente no local deva ter causado a queda. “Tudo leva a crer, e algumas testemunhas falaram, que houve uma colisão com cabos de alta tensão em cima de um morro, então parece que, ao se aproximar para fazer o pouso, a aeronave colidiu e caiu. Então os pilotos, provavelmente, não viram os cabos, se aproximaram um pouco mais baixo do que naquele ponto era possível, e aconteceu. O questionamento fica sobre a manutenção, mas parece que essa parte estava toda em dia”, destaca o coronel.

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Mas para quem ainda fica com receio de embarcar em aviões fretados, Fabio dá algumas dicas para garantir a segurança da viagem. “É fundamental fazer uma pesquisa e verificar desde quando a empresa opera, quantos aviões tem, qual estrutura ela tem, se ela tem site, se teve histórico de acidentes ou incidentes recentes e outras informações sobre ela”, explica.

Ainda de acordo com ele, ao chegar no hangar para o embarque, também vale verificar como está a apresentação, se a aeronave está bem cuidada, limpa, arrumada. “Vale também questionar o operador sobre a documentação e inspeção periódica. É como quando vamos pegar um ônibus na rodoviária, em que confiamos nas empresas que conhecemos e, quando o ônibus está feio, com aparência ruim, ficamos receosos. É importante que todos façam isso”, finaliza.

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