Apesar de conviverem há anos com os problemas ocasionados pela falta de infraestrutura, moradores do Jardim Santa Ângela, no distrito de Ferraria, em Campo Largo, ainda aguardam solução por parte do poder público. Basta virar à direita ou à esquerda na Avenida Santa Ângela, a principal rua da região e uma das poucas asfaltadas, para se deparar com falta de asfalto e saneamento básico.
Quem mora há tempos no local conta que a solução depende, na maioria dos casos, da iniciativa dos próprios moradores – que tentam, no improviso, evitar que a situação se agrave. Foi assim na frente da casa da empregada doméstica Roseli Santos, que em dias de chuva se transformava num rio. “O vizinho colocou os sacos de areia nos buracos do meio da rua pra diminuir o problema. E quando não chove isso aqui enche de poeira”, lamenta a moradora da Rua 12, que também investiu para tampar os buracos da rua. Ela está no local há mais de 20 anos e conta que não viu grandes melhorias desde então.
Doenças
O pintor Carlos Roberto Penter também reclama das condições do asfalto na região. Morador da Rua Alberto Gonçalves, afirma que os vizinhos já pensaram em investir no asfalto comunitário, mas desistiram da ideia. “Como vamos fazer se não tem nem rede pluvial?”, questiona. Mas esse não é seu principal problema. Ele tenta há pelo menos 10 anos solucionar a questão da rede de esgoto em sua casa, despejado no riacho transformado em valeta atrás do seu terreno. “Não conseguimos autorização e isso incomoda muito. Quando chove, vem água suja pra cá. Quando baixa, fica cheio de lixo e com cheiro ruim”, diz.
Com três filhos em casa, Carlos e a esposa tentam evitar que as crianças fiquem na parte de trás do terreno. Eles têm medo que algum deles caia na valeta e fique doente, como aconteceu com o pai, que teve hepatite. “Mas também não é todo mundo que colabora. Muita gente joga lixo e vem tudo pra cá”, afirma a dona de casa Alessandra de Fátima Romblesperger.
A prefeitura informou que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano está fazendo levantamento das necessidades do distrito, para avaliar os projetos a serem desenvolvidos.