Uma placa pendurada sobre uma loja, com mensagem de revolta aos políticos e em tom de indignação com a insegurança, vem chamando a atenção dos moradores do Jardim Planalto, no bairro Guarani, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
O responsável pela placa é o vendedor Antônio dos Santos, 57 anos, que, cansado de sofrer assaltos em seu estabelecimento, resolveu se manifestar. “Senhores políticos, chega de ser assaltado. Pela 10.ª vez. Uma vergonha para Colombo”, escreveu o homem.
Antônio é dono da lojinha na esquina da Rua Graciliano Ramos com a Rua Portugal, há quase 30 anos. Ele vende doces e brinquedos para crianças, mas o estabelecimento também funciona como papelaria e encadernadora.
Porém, nos últimos anos a violência na região tem sido tanta que o comerciante já pensa até em fechar o negócio. “O problema é que com a minha idade, não consigo emprego e preciso sustentar minha família”, lamentou.
Para evitar os assaltos, Antônio “fechou as portas” do estabelecimento. “O portão fica aberto só pela metade, só entram pessoas conhecidas e a grade fica trancada”, revoltou-se. Embora essa atitude atrapalhe as vendas e diminua a clientela, Antônio não vê alternativa.
“Os bandidos sabem que não tem polícia aqui. Todos os assaltos acontecem durante o dia, e sempre à mão armada”, lembrou. De acordo com Antônio, somente este ano a loja foi roubada cinco vezes, sendo que, na última vez, no final do mês passado, sua mulher teve uma arma encostada na cabeça.
Antônio ainda ressaltou que não é a única vítima dos assaltantes. Até mesmo os alunos da Escola Municipal Antonio Cavassin, que fica ao lado da loja, sofrem nas mãos dos bandidos.
“As crianças são roubadas na frente da escola. Na outra rua tem uma panificadora que também já foi assaltada várias vezes”, garante Antônio. A bronca do vendedor é com a falta de viaturas policiais. “Sem a presença da polícia, os bandidos se sentem livres para praticar crimes”, reclamou.
Cinco viaturas
De acordo com o cabo Coradin, da Polícia Militar de Colombo, cinco viaturas são responsáveis pelo patrulhamento no município. “São três viaturas convencionais, mais uma da Patrulha Escolar e uma da Rotam, que percorre as ruas à noite”, disse. O policial afirmou que não tem informações sobre onda de assaltos no bairro Guarani.
A orientação é que as vítimas registrem boletim de ocorrência, para que as autoridades tomem conhecimento das regiões onde os criminosos estão atuando e possam tomar providências.