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Reintegração de posse complica o trânsito no Contorno Sul

Mais de 200 moradores da região conhecida como Vila Quinze de Novembro, localizada nas marginais do Contorno Sul (BR-376), na CIC, promoveram, na manhã desta terça-feira (14), uma manifestação contra uma ação de reintegração de posse que contou com agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal.

Por volta das 8h, parte da pista sentido norte da rodovia foi bloqueada com pneus. Às margens da via, os manifestantes se agruparam e atearam fogo em entulhos. De acordo com moradores da vila, os policiais chegaram em torno das 7h, pela parte dos fundos do terreno e, sem aviso, começaram a retirar as famílias das casas.

No momento da ação, tiros de borracha foram disparados contra alguns moradores. Foto: Daniel Caron.
No momento da ação, tiros de borracha foram disparados contra alguns moradores. Foto: Daniel Caron.

No momento da ação, tiros de borracha foram disparados contra alguns moradores. Giovanni Bressan, um dos organizadores da manifestação, afirmou que a truculência foi gratuita. “Ninguém resistiu e mesmo assim fomos retirados de forma bruta”, afirmou.

O terreno, pertencente à empresa Curitiba S.A., seria utilizado como área para descarte de resíduos hospitalares. A ocupação começou na última sexta-feira (10) e já contava com algumas estruturas montadas em lona. Entre os cerca de 220 ocupantes da área, homens, mulheres, idosos e crianças.

Negociação

Por meio de nota, a prefeitura informou que a negociação da saída dos ocupantes já tinha sido feita. De acordo com a administração municipal, a saída dos moradores já estava acertada para o último fim de semana, porém eles desistiram do acordo. Segundo informações da companhia responsável pela regularização de terrenos na CIC, cerca de 50 pessoas ocupavam o local.

A operação

A operação de retirada, realizada nesta terça-feira (14), contou com o apoio da Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, envolvendo 100 agentes de segurança. Desses, 80 eram guardas municipais.

Sobre a viabilidade de habitação do local, a prefeitura informa que lá existe uma vala séptica para lixo hospitalar, controlada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, representando risco de contaminação. Além disso, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) descobriram um sítio arqueológico recentemente no terreno.

Também em nota, a Guarda Municipal afirmou ter feito o trabalho da forma mais tranquila e pacífica possível. A GM afirma que, após o início do protesto, as equipes foram apedrejadas por moradores, e para que a ordem fosse mantida, foi necessário o uso de armamento não letal para dispersão. Ainda segundo a GM, não houve nenhum tipo de contato entre guardas e manifestantes.

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