Em vez de aproveitarem o feriado para descansar, muitos trabalhadores preferiram sair para as ruas neste 1º de Maio para exigir melhores condições de trabalho, mesmo com o frio que fazia em Curitiba.
Pelo menos duzentos deles estavam na passeata realizada nesta manhã de terça-feira (1), com início na Capela Nossa Senhora Aparecida, no Prado Velho. O ato tinha como tema a sentença “Viver para trabalhar ou trabalhar para viver?”, também contando com a participação de diversos movimentos sociais.
“1º de Maio não é um dia de comemoração, é um dia de luta, de reflexão. Por isso, estamos propondo que as pessoas venham até aqui para discutir os diversos problemas do trabalho, como as questões de saúde que afetam os trabalhadores, a redução da jornada de trabalho e a necessidade de aprimorar a educação para uma maior inserção no mercado de trabalho”, explicou o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Paraná (CUT-PR, Roni Barbosa.
Uma dessas trabalhadoras que esteve presente na passeata era a costureira Marta Maria de Oliveira. Apesar de atualmente trabalhar em um projeto do Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria), ela já passou por diversas dificuldades relacionadas ao trabalho.
“Até 1999, eu trabalhei com carteira assinada, mas depois fiquei desempregada e passei a trabalhar com costura. Todo mundo fala que há muitas vagas no mercado de trabalho, mas com a idade chegando, fica difícil. E ainda por cima, as vagas que existem pagam muito pouco, é praticamente trabalho escravo”, reclamou.
Marta é moradora da Vila Torres, região que ainda causa preocupação para as entidades relacionadas às causas dos trabalhadores. Diferente da costureira, a maioria da população do bairro vive como catador de lixo.
“Temos que lutar pela defesa da vida, que está fragilizada devido às péssimas condições de trabalho, principalmente em um ambiente como esse, no qual os catadores convivem diariamente com situações subumanas. Arrastar o carrinho daqui para o centro e depois trazer de volta, muitas vezes com frio e sob chuva já caracteriza uma condição terrível”, afirmou o coordenador da Pastoral Operária, Jardel Neves Lopes, que também participou do ato.