A redução da carga tributária que permitiu uma queda de R$ 0,46 do preço do óleo diesel nas bombas não será repassada aos passageiros do transporte coletivo de Curitiba. A decisão da Urbs – empresa pública que gerencia o transporte na capital – foi anunciada por seu presidente, Ogeny Pedro Maia Neto, em uma entrevista à RPC nesta segunda-feira (4).
Desde que a redução do combustível foi proposta pelo governo federal como forma de encerrar a greve dos caminhoneiros, a prefeitura vinha sendo pressionada, inclusive por vereadores da base aliada, a reduzir a tarifa paga pelos passageiros.
Segundo informações da própria Urbs, o diesel mais barato poderia gerar uma redução aproximada de R$ 0,10 no preço da tarifa. Apesar de essa diferença não ser repassada aos usuários, ela também não irá para o caixa das empresas que operam o transporte coletivo.
De acordo com o presidente da Urbs, a redução do preço do diesel vai impactar no preço da tarifa técnica – o valor que é repassado aos empresários para remunera a prestação do serviço. Ou seja, a Urbs vai descontar a queda do preço do combustível do valor repassado aos empresários. Isso, em tese, possibilitaria uma redução do valor na catraca.
Entretanto, desde novembro do ano passado a Urbs recebe R$ 4,25 por passagem e repassa R$ 4,24 para as empresas – a chamada tarifa técnica. Acontece que esse valor repassado ainda não considera o aumento dado a motoristas e cobradores em 2018. Quando esse aumento for incorporado à tarifa – o que deveria ter sido feito em fevereiro, mas ainda não foi –, o valor que a prefeitura paga às empresas ficará mais alto que o que ela arrecada dos passageiros. Nesse cenário, a única possibilidade de garantir o financiamento do sistema é por meio de subsídio da prefeitura.
Portanto, essa redução no valor do diesel pode ajudar a prefeitura a não precisar subsidiar o sistema ou a fazer aportes menores. O próprio Ogeny Pedro Maia Neto já considerava a possibilidade de usar o superávit do transporte obtido com o aumento de 15% concedido no preço da passagem em fevereiro de 2017 para financiar esse déficit que o sistema terá em 2018.
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