Um vídeo com o desabafo de uma comerciante do bairro Santa Felicidade, em Curitiba, viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (9). A empresária Elisa Ruppenthal, do ramo de calçados e acessórios, conta que foi impedida por fiscais da prefeitura de trabalhar dentro de uma de suas lojas com vendas pela internet e entregas. Em resposta à postagem, o prefeito Rafael Greca diz que a comerciante contrariou o decreto sanitário do governo do estado.
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De acordo com a empresária, dois fiscais e três guardas municipais foram à loja enquanto ela trabalhava sozinha, com as portas fechadas e sem atender ao público. “Fui informada que os comunicados que eu tinha do lado de fora da minha porta, com telefone de contato, deveriam ser retirados, pois eu não poderia trabalhar nem com delivery, nem com [vendas pelas] redes sociais”, conta Elisa no vídeo gravado quarta-feira (8).
A empresária também explica que foi proibida pelos fiscais de manter a vitrine da loja aberta. A justificativa, segundo a fiscalização, é de que a vitrine poderia estar instigando as pessoas a comprar.
Segundo a empresária, os fiscais exigiram que ela tivesse alvará para vendas pela internet. “Meu alvará é de 2000, faz 20 anos que eu tenho essa loja. E no ano de 2000 não haviam vendas on-line”, alega a comerciante.
Greca respondeu
O próprio prefeito Rafael Greca respondeu as críticas da comerciante nos comentários do vídeo postado no Facebook. “A senhora estava com a loja aberta, a vitrine exposta, e estava atendendo dentro da loja. A senhora alegou ter e-commerce e foi orientada pela equipe a manter a loja fechada e vender só por e-commerce. Nem sequer foi notificada”, explicou o prefeito no comentário.
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O prefeito ainda afirmou que contrariar o decreto sanitário do governo do estado, o qual a prefeitura está seguindo, chama fiscalização. “Guarde sua revolta contra o vírus que mata. Está pesado, mas vai passar. Mais rápido se mais gente cooperar”, finalizou o Greca na resposta.
O que pode, afinal?
A Secretaria Municipal de Urbanismo de Curitiba explica que as lojas devem seguir fechadas. A proposta do decreto sanitário é reduzir a circulação de pessoas na cidade.
A justificativa da prefeitura é de que se a loja mantiver o funcionamento, mesmo que fechada ao público, será necessário que o funcionário vá até o estabelecimento. E com a ida desse funcionário à loja, a cidade não conseguiria reduzir a quantidade de passageiros do transporte coletivo.
O serviço de entregas e e-commerce, por sua vez, podem funcionar, desde que o estabelecimento permaneça fechado.
O decreto do governo do estado que entrou em vigor no dia 1.º de julho proíbe ainda o funcionamento de shoppings centers, comércio de rua, academias, salões de beleza e barbearias, clínicas estéticas, bares e atividades semelhantes.
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As denúncias de funcionamento desses locais que não estão permitidos podem ser feitas pela Central 156 da prefeitura. É através desse número que a prefeitura recebe denúncias sobre o funcionamento irregular de estabelecimentos.
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