Quem passou pela trincheira da Rua General Mário Tourinho, no Seminário, em Curitiba, notou que há novas obras de recape asfáltico desde o fim de semana passado. O trecho sentido Portão está em meia pista desde a esquina com a Avenida Vicente Machado, até quase a entrada do túnel da trincheira. No outro sentido também há obras de recape, totalizando cerca de 100 metros via com asfalto retirado.
Além do transtorno que as novas obras causam aos motoristas e ao trânsito, há uma curiosidade para saber o que ocorreu com o asfalto. Afinal, trata-se de uma obra inaugurada no mês de junho, depois de atrasos.
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Segundo a Secretaria Municipal de Obras Públicas de Curitiba (SMOP), não há motivo para preocupação com o novo recape. O que ocorreu foi uma inconsistência durante a primeira pavimentação e este pequeno trecho será refeito pela empresa responsável pelas obras da trincheira, sem ônus para a prefeitura.
De acordo com a SMOP, a fresagem do asfalto (retirada da camada) começou na quinta-feira (12) e já era para ter sido concluída, mas a chuva atrapalhou o prazo de conclusão da nova obra. Assim que a chuva parar, a nova pavimentação do trecho mencionado será finalizada. A previsão é que isso ocorra nesta terça-feira (17) ou quarta-feira (18).
A SMOP explica que a checagem de todas as pavimentações asfálticas da capital – não só a da Mário Tourinho – é um procedimento padrão que garante a qualidade do serviço realizado pelas empresas. “Após o término da implantação do novo pavimento, são retiradas amostras e encaminhadas para análises técnicas e laboratoriais. Qualquer inconsistência apontada por tais análises, a empresa que venceu a licitação para executar o serviço é notificada pela Secretaria Municipal de Obras Públicas e a pavimentação é feita novamente, sem ônus para a prefeitura. É o que aconteceu com o pavimento da Rua General Mário Tourinho”, disse a SMOP em nota.
Obras na trincheira
A trincheira da Rua General Mário Tourinho com a Avenida Nossa Senhora Aparecida foi liberada ao trânsito após três anos de obras. A inauguração da trincheira foi no dia 15 de junho, com a presença do prefeito Rafael Greca. O investimento total realizado na obra foi de R$ 15 milhões.
A trincheira da Mário Tourinho teve um atraso no início das obras por problemas no mercado de materiais necessários à construção. Após a conclusão do processo licitatório, em julho de 2018, o consórcio formado pela Triunfo e TCE Engenharia, que venceu o certame, foi ao mercado para adquirir as estacas metálicas previstas no projeto da trincheira, mas as peças não estavam disponíveis.
A mudança na especificação das estacas e também a substituição do material do pavimento da pista da trincheira, que passou para concreto, obrigou a readequação do projeto. O início da obra ocorreu em 23 de setembro de 2019 afetando diretamente os comerciantes da região que sofreram um enorme impacto e prejuízo. Além disso, o atraso na entrega de produtos, quebra de máquinas e afastamentos de operário na pandemia da covid-19 afetou a conclusão da obra que estava prevista para abril de 2020.
Ao inaugurar a trincheira, o prefeito recordou que a obra foi concebida em 2008 pela equipe do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Mais tarde, o projeto recebeu modificações feitas por professores engenheiros da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Era uma obra engavetada desde 2008 e nós tivemos a coragem de realizar. A trincheira está pronta e é a primeira obra do Novo Inter 2, que contemplará 28 bairros de Curitiba, em 38 quilômetros de intervenções que irão se concluir nos próximos 3 anos”, disse Rafael Greca.
A construção da trincheira teve investimento total de R$ 15 milhões.
Obra pesada
Foram utilizadas 918 estacas metálicas assumindo função estrutural e formando as paredes laterais da trincheira, que em seu interior ganhou 290 metros de pavimento de concreto. São 96 novas luminárias de vapor metálico na área externa e mais 10 projetores de LED para a parte interna da trincheira.
Com a abertura para o tráfego, o trabalho vai seguir nos próximos dias para fechamento dos meios-fios e do calçamento que permaneceram abertos para permitir a passagem de veículos no desvio feito pelas alças da nova trincheira.