O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) não compareceu ao primeiro debate entre os candidatos ao governo do Paraná, realizado neste domingo, pela Band TV. O governador, que teve seu posto vazio durante o programa, alegou problema de agenda, por estar em encontro de mulheres políticas, em Maringá e também disse discordar da realização de debate antes da homologação das candidaturas na Justiça Eleitoral. Assim, Ratinho Junior tornou-se o alvo preferido dos oito participantes do programa da Band.

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Dos candidatos de esquerda aos de direita, todos criticaram o atual governador, inicialmente pela ausência no debate e, ao longo do programa, discutindo questões como o pedágio, a segurança pública, a educação, a saúde a engorda da praia de matinhos, o desemprego e a queda da renda do paranaense.

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Ao contrário das outras praças, em que convidou apenas os candidatos de partido com representação de cinco cadeiras na Câmara dos Deputados, no Paraná, a Band decidiu convidar todos os nove candidatos. Assim candidatos de partidos sem essa representação mínima no Congresso, que não deverão ser convidados para outros debates, tiveram a grande oportunidade de se apresentarem ao grande público. O grande número de candidatos, no entanto, dificultou a efetivação de um debate com cada participante tendo respondido apenas a seis perguntas durante o programa.

Com vários candidatos da esquerda, Roberto Requião (PT), Professora Angela (Psol), Adriano Teixeira (PCO), Viviane Motta (PCB) e Professor Ivan (PSTU), o encaminhamento do debate chegou a ser criticado por Joni Correia (DC). “Vocês estão vendo o teatro da esquerda, que fica levantando a bola um para o outro e ninguém discute projetos aqui. Daqui a quatro anos, quando estiver aqui defendendo minha reeleição, é capaz de estar Requião e Ratinho na mesma chapa”, ironizou. Solange Ferreira Bueno (PMN) foi a outra participante do debate.

Pedágio é o tema principal

O pedágio foi o tema preferido dos candidatos, sendo abordado nos três blocos do programa. Quem começou a discussão foi Correia, que perguntou a Requião “quem enganou mais o paranaense com o pedágio, o senhor ou Ratinho Junior?”. O ex-governador chamou a pergunta de malandra e mal intencionada e disse que: “eu recusei o aumento do pedágio 42 vezes, mas o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal se manifestaram a favor do aumento. Um juiz de primeiro grau deu a liminar e essa liminar nunca foi para a turma ou para o grupo. O pedágio é o maior roubo da história do país. Eu assumo o compromisso que se vier a ser governador, acabo com isso, mas como existem rodovias federais, preciso de apoio do presidente da República. Eu quero uma parceria com o Lula para moralizar de uma vez um dos maiores escândalos do Brasil”, disse. “Falam em 15 novas praças, mas o estado cedeu suas rodovias à União. Pode ser 15, mas pode ser 115. É uma patifaria montada para ser efetuada depois das eleições. Precisamos ganhar a eleição e acabar de uma vez por todas com isso”, acrescentou.

Joni Correia defendeu um pedágio estatal; Ricardo Gomyde afirmou que seu pedágio não passaria de R$ 5,00 por praça e cutucou Requião ao dizer que “o Paraná ficou por mais de duas décadas sangrando com o preço do pedágio. Nenhum governo que passou conseguiu resolver”. Solange Bueno criticou Ratinho Junior por ter deixado o contrato vencer em ano eleitoral. E Professora Ângela afirmou que a proposta do Psol é “um Paraná sem pedágio”.

Professora Ângela também atacou a política de educação do governo. “O governo Ratinho foi um dos piores da história na educação pública. Legítimo representante da direita bolsonarista que odeia a educação e os professores. Um dos maiores desastres do governo na educação foi a contratação da Unicesumar para aulas EAD nos cursos técnicos”, Em tabelinha com sua colega de profissão, Professor Ivan reforçou “Ratinho Junior diz que as escolas cívico-militares são a solução, como se o problema fosse a disciplina”.

Na discussão sobre a engorda da praia de Matinhos, Requião tabelou com Solange Ribeiro, que o questionou sobre investimentos no Litoral. “Camboriú fez por R$ 70 milhões, Rato fez licitação de 317 milhões e tem sete empreiteiras. Uma draga que retira areia do mar, joga na praia e espalha. Na tradição da corrupção brasileira, o nome disse é maracutaia. Eu, se eleito abro uma investigação sobre o absurdo do preço e o excesso de operadores, que não tem nenhum sentido”, atacou.

Gomyde, Professora Angela e Requião abordaram a tarifa da água e energia. “Copel e Sanepar são riquezas do Paraná, mas com as ações na Bolsa, tem as tarifas mais caras do país. Empresas estatais cujo principal acionista é o povo não podem estar nas mãos do mercado financeiro. A tarifa tem que ser o mínimo para manter o serviço”, disse Ângela. “Defesa integral de nossas estatais. Defendemos para Copel e Sanepar o mesmo que defendemos para a Petrobras. Empresas públicas têm que atuar pelo interesse público, não para dar lucro a acionistas”, disse Gomyde. “Se eleito governador, demito toda a diretoria da Copel e da Sanepar, e coloco gente lá que vai trabalhar pela tarifa mais baixa para a população e não sempre pela mais alta, para depois repartir lucros, como é hoje”, afirmou Requião.

>>> Confira a matéria completa, e como cada candidato se apresentou no debate, na coluna do jornalista Roger Pereira.