A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) anunciou, nesta segunda-feira (24), uma série de ações para o plano de expansão da empresa dentro do novo contrato de concessão, que começa em julho. Entre os investimentos, que estão previstos em meio bilhão de reais, está a expansão da operação da Compagas em um novo gasoduto entre Araucária e Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba.
Dentro do plano de ação, a Compagas confirmou o prometido projeto de interiorização para Londrina e Maringá, além da inserção do biometano na rede de gás canalizado. O desenvolvimento de corredores sustentáveis com abastecimento via gás natural e biometano foi outro ponto anunciado pela distribuidora.
Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), o Paraná está organizando um ecossistema para a geração de biogás e biometano para aproveitar o potencial de fontes como os dejetos animais de criadores de bovinos e suínos e a biomassa gerada pelo setor sucroalcooleiro. “O Paraná, que é o maior gerador de energia renovável do Brasil, pode se transformar na Arábia Saudita do biogás e biometano”, avaliou.
Um dos planos da Compagas, explicou o CEO Rafael Lamastra Junior, é chegar a 15% da participação do biometano no volume de distribuição da companhia até 2026. “Estamos muito entusiasmados com o anúncio que fizemos hoje. Acreditamos que este novo investimento fará com que o Paraná avance ainda mais no segmento de energia e infraestrutura”, afirmou.
Novo gasoduto vai atender fábrica de biodiesel do Grupo Potencial
O novo gasoduto entre Lapa e Araucária tem previsão para funcionamento a partir de 2026, e contará com 52 quilômetros de extensão, a um custo de implantação de cerca de R$ 108 milhões. Um dos focos do novo gasoduto é atender a unidade de produção de biodiesel do Grupo Potencial, instalado na Lapa.
Em entrevista à Gazeta do Povo, o vice-presidente do Grupo Potencial, Carlos Eduardo Hammerschmidt, destacou a importância da estrutura para a região. Segundo ele, o novo gasoduto tem potencial para induzir a industrialização das cidades do entorno da fábrica de biodiesel.
“Um gasoduto não é algo simples para ser colocado em funcionamento. É preciso ter viabilidade. Com a entrada da Potencial, vai haver um volume de transporte de gás que torna este ramal viável. E isso vai afetar positivamente não só a nossa operação, mas vai poder alavancar a atração de indústrias nas cidades entre Lapa e Araucária, como em Contenda, por exemplo”, avaliou.
Dois novos dutos de biocombustíveis serão implantados entre bases de distribuição do Grupo Potencial
Além do gasoduto, na cerimônia de anúncio dos investimentos foi assinado um termo de compromisso entre o Governo do Estado e a Potencial para a implantação de dois dutos de biocombustível entre Araucária e Lapa. Uma das estruturas será dedicada ao transporte exclusivo de biodiesel e óleo de soja. A outra terá a operação adequada de acordo com as necessidades do grupo.
A interligação entre as bases de distribuição instaladas em Araucária e na Lapa terá 50 km de extensão, a um custo de instalação de cerca de R$ 200 milhões, às custas da Potencial. A novidade, avaliou Hammerschmidt, vai impactar positivamente na operação do grupo.
“Hoje o transporte desses produtos, no Brasil, é feito principalmente pelo ramal rodoviário. Com este duto, teremos agilidade, segurança e mais qualidade na entrega deste combustível, além de zerar a emissão de CO2 na distribuição”, destacou.