Jogou pela janela!

Raphael Suss Marques é condenado pela morte de Renata Muggiati

Raphael Suss Marques nos corredores do Tribunal do Juri de Curitiba
Raphael Suss Marques é condenado pela morte de Renata Muggiati. Foto: Reprodução/ RPC.

O médico Raphael Suss Marques foi condenado a 31 anos de prisão em regime fechado pela morte da fisiculturista Renata Muggiati, em 2015. A sentença de Raphael, que namorava com Renata na época do crime, saiu na madrugada desta sexta-feira (10). Após o julgamento, Raphael foi levado novamente ao Complexo Médico Penal, onde segue preso.

>> Tudo sobre o caso Renata Muggiati x Raphael Suss Marques

O julgamento seguiu até a madrugada desta sexta-feira e Raphael foi condenado também por lesão corporal e fraude processual. Foram foi dias de julgamento e, na tarde desta quinta-feira (09), o réu voltou a negar que matou a namorada.

“São mais de sete anos que eu venho sofrendo uma injustiça. Fui a única pessoa que ficou ao lado da Renata no momento de depressão. Não tinha ninguém da família dela. Eu que alimentava, dava banho, e eu que estou sendo condenada por mata-la. Gostaria que fosse feita justiça”, disse o réu em seu depoimento.

>> Veja aqui como começou o julgamento de Raphael Suss Marques

Foram 12 pessoas ouvidas nestes dois dias de julgamento. Desta forma, foi aceita pelos jurados a tese de que Raphael matou a namorada. “Acho que foi um recado. A sociedade aqui é representada por um conselho de sentença dizendo que a punição exemplar é um meio de parar com a morte de mulheres”, disse o promotor Marcelo Balzer.

No julgamento o réu Raphael Suss Marques voltou a negar que matou a namorada.

“Pena exemplar”

Theresa Christina Gabriel, irmã de Renata Muggiati, destacou que a condenação de Raphael Suss Marques a 31 anos de prisão pelo crime contra Renata Muggiati é um meio de mostrar que o Paraná não aceita mais a morte de mulheres.

“O que eu mais queria e esperava é que a justiça do Paraná demonstrasse para a sociedade paranaense que o Estado não aceita mais esse crime tão cruel que é o feminicídio. Eu esperava uma pena exemplar e que essa pena sirva de exemplo para que todas as vítimas de crime doméstico que encontrem acolhimento na justiça do Paraná”, disse a irmã após a condenação.

A morte de e Renata Muggiati

Renata Muggiati morreu no dia 12 de setembro de 2015, em Curitiba. Foto: Arquivo

Renata Muggiati morreu na madrugada do dia 12 de setembro de 2015, quando caiu do 31º andar de um prédio da Rua Visconde do Rio Branco, na esquina com Comendador Araújo, no Centro de Curitiba. Na noite do crime, Raphael Suss Marques teria dito à Polícia Militar (PM) que a mulher se jogou do prédio, porém, a DHPP desconfiou e encontrou elementos que pudessem acusá-lo de asfixiar e depois jogar o corpo da atleta pela janela, simulando então um suicídio.

Pouco depois da morte, os laudos sobre a morte se contradiziam: enquanto outros exames diziam que ela tinha sido assassinada, pois ela já estaria morta quando foi jogada pela janela do apartamento, o laudo de necropsia, feito por Daniel Colman, dizia que ela morreu quando caiu ao solo, ou seja, que estava viva quando despencou do prédio.

Não demorou muito e Raphael foi preso pela DHPP e, na época, negou o homicídio. Ele se defendeu dizendo que Renata sofria de depressão e que já tinha tentado suicídio outras duas vezes. O corpo da atleta foi exumado, a junta médica concluiu o homicídio com um novo exame, e Raphael, que foi preso algumas vezes novamente, ficou detido até agosto de 2017, quando conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade.

Médico Raphael Suss Marques foi condenado a 31 anos de prisão pela morte de Renata. Foto: Arquivo/Tribuna do Paraná.

Nova prisão

Em 26 de fevereiro de 2019, o médico teve novamente pedida sua prisão pela juíza Taís de Paula Scheer. A magistrada determinou que a frequência de Marques em uma casa de pôquer da capital violava uma das condições para a sua liberdade.

De acordo com o despacho da juíza, entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, Marques descumpriu a ordem de recolhimento e não estava em seu domicilio após as 22 horas, o que foi contra as normas impostas pela justiça para a liberdade. Em uma ocasião, ele foi flagrado jogando um torneio de pôquer.

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