Embora viesse recebendo ameaças há meses, Jonatan Gonçalves Vieira, 23 anos, não quis repassar informações à polícia sobre os avisos. Se tivesse o feito, talvez não fosse assassinado na manhã deste sábado (24), no Uberaba. Ele saiu de casa para comprar pão e foi baleado por dois homens que estavam em um Corsa preto.

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Jonatan estava andando pela Rua José Gomes de Mello, por volta das 12h30, quando o Corsa preto parou ao lado dele. Um dos homens desceu do carro e efetuou vários disparos com uma pistola 9mm. Mesmo baleado, Jonatan ainda correu por alguns metros, mas caiu morto em um matagal, esquina com a Rua Zulmira Bacila.

De acordo com o delegado Fábio Amaro, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jonatan já foi preso por homicídio, quando era adolescente. Segundo relatos de familiares, ele também era usuário de drogas. O delegado contou que há cerca de um mês e meio houve um assassinato em uma rua paralela a que Jonatan foi morto, em que ele seria o alvo. “Na ocasião ele esteve na DHPP para prestar esclarecimento, mas não contribuiu com a polícia”, afirmou Fábio. Ele acredita que se a vítima tivesse prestado depoimento, os autores das ameaças poderiam ter sido presos e o assassinato seria evitado.

De acordo com o delegado, os autores do homicídio seriam moradores do Boqueirão. Ele ressaltou que quem tiver alguma informação que possa colaborar com a elucidação do crime pode entrar em contato com a DHPP e fazer a denúncia de forma anônima, através do telefone 0800-643-1121. “No local de morte geralmente ninguém conversa, as pessoas têm medo de se aproximar. Então quem tiver alguma informação que possa ajudar na elucidação pode usar o disk denúncia”, destacou.

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O pai de Jonatan, Jair Graciano, disse que logo que o filho saiu de casa para comprar pão escutou tiros. “Saí correndo para ver e encontrei ele morto”, contou. Ele confirmou que o filho usava drogas e lamentou que a morte possa ter ocorrido por isso. “A droga acaba com a vida da pessoa e da família”.