Depois de passar a noite bebendo com amigos em um cemitério, no Guarituba, em Piraquara, Allan Lima Ferreira, 19 anos, foi assassinado de madrugada. Ele foi encontrado caído em meio aos túmulos, com uma cruz cravada na cabeça. De acordo com a família, dois amigos o chamaram para sair por volta das 23h e, às 4h,voltaram dizendo que o rapaz estava morto e cobrando R$ 200 para dizer onde estava o corpo. Diante da negativa da família, os rapazes, ainda sob o efeito de álcool, contaram que Allan estava no cemitério.
De acordo com Elzira, chefe de investigação da delegacia de Piraquara, os familiares ficaram abalados com a cena tétrica. Allan foi golpeado várias vezes, nas pernas, braços e na cabeça. Por último, o assassino enfiou a haste de ferro na cabeça da vítima, colocou o boné na cruz e cobriu o corpo com um lençol branco. “Pelo que estamos descobrindo na investigação, o crime foi motivado exclusivamente por conta do uso excessivo de bebidas alcoólicas e drogas. Está praticamente descartada a possibilidade de o rapaz ter sido morto em um ritual”, disse Elzira. “Apesar de ser um símbolo muito forte, a cruz foi usada simplesmente como uma arma. Era o que eles tinham a mão no momento da briga”, completou.
Abandono
Algumas pessoas afirmam que o cemitério é mal-assombrado. No entanto, quem conhece o local, sabe que os mortos também são vítimas dos vândalos. A maioria dos túmulos possui grades para que as fotos, lápides e flores não sejam roubadas. Várias sepulturas foram violadas. Em meio aos entulhos, é possível encontrar cruzes amontoadas, vasos quebrados e restos de despachos, com garrafas de bebidas alcoólicas, cigarros, comidas e velas coloridas.
Um morador da região que preferiu não se identificar, disse que é comum jovens se reunirem no cemitério durante a noite. “Eles ficam sentados nos túmulos fumando maconha e bebendo cachaça deixada nas macumbas”, descreveu o homem.