Vender nas redes sociais, hoje em dia, é essencial para alavancar os negócios, principalmente para os que começam de forma artesanal. Mas como começar? Quais as dicas para quem não tem familiaridade com as mídias, aplicativos, fotos e textos? É possível atingir o público-alvo no estilo “faça você mesmo”?

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Para auxiliar os leitores empreendedores a planejarem suas estratégias, a Tribuna foi conversar com professores da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), em Curitiba. Nesta semana, de 23 a 25 de maio, a UTP está ofertando para a comunidade curitibana mais de 30 serviços gratuitos, entre eles oficinas de textos para redes sociais de pequenos negócios e de produção fotográfica.

O evento é comemorativo aos 65 anos de fundação da instituição de ensino. Os atendimentos serão realizados por alunos e professores nas clínicas, núcleos e laboratórios da Tuiuti, seguindo o chamado tripé da educação universitária: ensino, pesquisa e extensão.

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Dicas

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Para a professora Fernanda Carraro Dal Vitt, do curso de Jornalismo da UTP, a primeira dica para ter resultado nas redes sociais é compreender quem é o público-alvo do negócio.

“Você precisa pensar no seu produto, para que a mensagem chegue até o seu destino final, que é a pessoa do seu interesse e a que busca por você. Pensar não só no texto, mas em tudo”, explica a professora.

Segundo a Fernanda Carraro, para um bom planejamento de redes sociais é preciso fazer um exercício de análise para entender:

  • Qual é o público-alvo
  • Qual a mensagem que se deseja passar
  • Quais são os canais de comunicação

“É o que procuramos pincelar nas oficinas, tanto de texto quanto de fotografia”, explica ela.

Fpto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Essas informações têm sido primordiais para a empresária curitibana Taissa Schuartz, 58 anos, que participa da oficina da UTP para se aprimorar. Há 12 anos, ela trabalha na área da gastronomia para eventos. “A minha empresa trabalha com produtos muito personalizados. Então, o cliente cria um vínculo comigo. A minha rede social tem que me representar. Ele compra muito mais, às vezes, a minha presença do que o produto. Quando ele vai numa rede social, ele quer ver o meu reflexo no que está lá”, aponta ela.

A Taissa contou que foi constatando esse comportamento, ao longo do tempo, com os clientes. Agora, a empresária diz que a empresa cresceu e está migrando de Microempreendedor Individual (MEI) para Sociedade Empresária Limitada (Ltda.), o que também abrange um outro público, o corporativo. “Para mim, neste momento, é muito importante entender como falar com esse outro público. Hoje, são muitos canais. Facebook, Instagram, WhatsApp. É preciso saber aonde colocar o produto. Por isso, estou aqui na UTP”, afirma.

Outra empreendedora de Curitiba, a Sabina Gessner Martinez, 50 anos, é iniciante. Durante a pandemia, ela descobriu que poderia vender fronhas personalizadas para travesseiros “velhos”. Um sobrinho a viu costurando na sala de casa e quis saber o que a tia estava aprontando.

“Contei que me irrito quando os travesseiros de casa encolhem com o tempo. Eu gosto deles ficando menores, mas o ruim é que as fronhas não cabem mais e ficam escapando. Ele se interessou, comprou duas, e a notícia foi se espalhando”, conta a Sabina Gessner.

Desde então, ela vem atendendo os clientes mais próximos, como amigos e familiares, mas tem a ideia de expandir o negócio. “Foi um hobby que descobri, que me traz satisfação, com o qual eu posso lucrar. Se chegar onde eu quero, em termos financeiros, pode até se tornar a minha renda principal. Por isso, entender como funcionam as redes sociais é essencial para não errar”, destaca.

Ela diz que não tem muita familiaridade com as postagens, que nunca foi uma área de interesse dela, mas que as dicas na oficina são uma boa aposta. “Sim. Vão me auxiliar bastante”.

Universidade e sociedade

Aproveitando o embalo do bate-papo com a Tribuna, o coordenador dos cursos de Jornalismo e de Publicidade da UTP, Fabio Luiz Witzki, reforça a importância do ponto de contato com a comunidade. As oficinas sobre as redes sociais foram organizadas dentro dos dois cursos.

“É uma ótima oportunidade. A comunicação não é restrita aos profissionais, ela é humana. Como sendo uma atividade humana, ela pode ser exercida por qualquer pessoa. Hoje, como quase todo mundo tem rede social, o nosso objetivo com as oficinas é proporcionar, a quem tem um pequeno negócio, a chance de alcançar o seu público com uma comunicação de qualidade”, explica Witzki.

Referência na moda

Além das oficinas sobre as redes sociais, outras oficinas de várias áreas da UTP também ocorrem nesta semana. Entre elas, a do curso pioneiro no Paraná de Design de Moda. Na tarde desta terça, a atividade era o upcycling, que na tradução do inglês significa reutilização. “É uma técnica em que, por exemplo, você pega uma calça jeans e transforma os retalhos em um outro objeto, que pode ser até um abajur, um vaso, uma almofada e outra roupa”, explica a Eunice Lopez Valente, professora do curso.

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Para a ex-aluna do curso e agora professora na UTP, Karina Taques, a universidade transforma vidas. “Essa aproximação com a comunidade faz toda a diferença. Mudou a minha vida. Quando eu entrei aqui na UTP, virou uma chave. Hoje, sou estilista e comecei a dar aula. Trazer as pessoas para perto, é gratificante. Faz toda a diferença”, destaca ela.

Quem deseja participar dos cursos e da programação dos 65 anos da UTP deve ficar atento. Algumas atividades precisam de agendamento prévio e possuem vagas limitadas.

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