Os alunos, professores e direção do Instituto Federal do Paraná (IFPR) estão incomodados com a fumaça e o cheiro de materiais queimados em um terreno nas proximidades do rodoferroviária e da empresa Fiat Lux, no bairro Rebouças, em Curitiba.
O local apesar de pertencer à União Federal, é de fácil acesso para quem deseja entrar no terreno. As grades que serviam de obstáculo foram arrebentadas ou cortadas, e o espaço que seria exclusivo para uma manobra comum dos trens da Rumo – companhia ferroviária e de logística brasileira – virou “um terror” de imundície, insegurança e crime ambiental.
“Insuportável permanecer dentro de sala”
A irritação não tem hora para ocorrer. Segundo o professor Carlos Eduardo de Araujo, a queima de cabos elétricos e outros materiais plásticos, de origem duvidosa, provoca problemas para quem deseja ensinar ou mesmo aprender em sala de aula.
“São gases fortes, chegam a arder os olhos e nariz, fora que prejudica a respiração. Essa sujeira chega a entrar na sala de aula, muitos alunos ficam incomodados, e chegam a utilizar máscara. Já terminei a aula mais cedo, é ficar insuportável permanecer dentro de sala. É horrível”, disse o professor.
O incomodo, que pode resultar danos à traqueia e ao pulmão, tosse ou falta de ar, resultou em um requerimento dos alunos para a direção do Instituto Federal do Paraná.
“Nós alunos do curso de Eletrotécnica (turma do segundo período), solicitamos aos diretores de ensino e geral do IFPR, providências necessárias para que cesse em definitivo as repetidas situações de insalubridade a qual os alunos estão expostos quase que diariamente as constantes queimadas de cabos elétricos e materiais plásticos que são realizadas no terreno próximo a esta instituição”, diz o comunicado.
Direção do IFPR cobra soluções
A direção do Instituto Federal do Paraná informou que tem buscado soluções via prefeitura, informando sobre o problema.
“Temos realizado chamados via 156 diariamente. Algumas vezes observamos que a FAS e Polícia Militar se dirigem ao local e fazem orientação às pessoas vulneráveis que ali se encontram. Entretanto, eles acabam retornando. Continuaremos a realizar os registros telefônicos e por link. É um exercício contínuo de todos nós, mas que, muitas vezes, não estão sob o nosso controle. Vamos continuar cobrando dos órgãos de controle”, comunicou a IFPR.
A Rumo, empresa que utiliza emprestada o terreno, informou por meio de nota, comunicou não existir registro de queima de material ou presença de pessoas não autorizadas durante as manobras dos trens.
“A concessionária informa que o terreno localizado na rua Conselheiro Laurindo, se trata de uma área da União, utilizada diariamente para manobras dos trens. A empresa realiza operações regulares, além de adotar medidas de segurança preventiva. Não há registro de queima de cabos e plásticos ou presença de usuários durante as manobras. A concessionária ressalta ainda que o acesso indevido ao terreno é uma questão de segurança pública e que é proibido a circulação de pessoas não autorizadas em áreas operacionais”, disse a Rumo.
E aí, Polícia?
A Polícia Militar do Paraná (PMPR) esclareceu que diante dessa demanda referente ao bairro Rebouças, esta informação será encaminhada ao Batalhão de Área para acompanhamento dos índices criminais nos meses subsequentes.