O assassinato de um homem no começo do mês de fevereiro trouxe à tona os problemas que rondam a rua Itupava, endereço boêmio de Curitiba entre os bairros Alto da XV e Hugo Lange. Antes da tragédia, a via já tinha sido alvo de fiscalização por causa de queixas seguidas feitas por moradores. Mas, apesar de toda a repercussão, não é ela que está no topo das reclamações feitas pela Central 156, serviço de atendimento do cidadão. O primeiro lugar da lista é ocupado pela Avenida Manoel Ribas, que vai do São Francisco ao Butiatuvinha. Na sequência, estão a Avenida Marechal Floriano Peixoto e a Rua Pedro Gusso.
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Levantamento com base nos registros da Central 156 entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019 mostra que, no conjunto das ruas que formam o polo central da vida noturna de Curitiba, a Trajano Reis, no bairro São Francisco, continua campeã de queixas: no período analisado, foram 19 denúncias de algazarra, barulho e som alto fora de controle. No geral, aparece na 7ª posição no ranking das ruas barulhentas de Curitiba. “Há sempre grupos de bêbados do lado de fora, gritando, fazendo arruaça”, descreve uma das reclamações, de dezembro de 2018. Em outra, no último mês de janeiro, o morador reclama sobre “um bar, funcionando sem alvará e com som muito ato todos os dias e o dia todo”.
Dentro do mesmo perfil, aparecem na sequência a Alameda Doutor Carlos de Carvalho, nos arredores da Praça da Espanha (17 queixas), e a Avenida Vicente Machado – que já esteve no centro de fiscalizações polêmicas da prefeitura. Em 2017, cumprindo a promessa de aumentar o controle sobre a vida noturna de Curitiba, o prefeito Rafael Greca (PMN) lançou mão do programa “Balada Protegida”, fechando bares irregulares na via e, depois, tentando distribuir pulseirinhas que indicavam o nível alcoólico de cada frequentador do local submetido ao teste do bafômetro.
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Mas, mesmo diante de reclamações, a Itupava fica bem atrás na lista das ruas boêmias com mais queixas de barulho durante à noite na cidade. Antes dela, aparecem ainda a Avenida Jaime Reis (continuação da Avenida Manoel Ribas) e Rua Inácio Lustosa, também no São Francisco, com 13 e 12 registros acumulados. Depois, a Avenida Bispo Dom José, tradicional ponto de baladas do bairro Batel, alvo de 12 queixas no período.
Empatada com a Rua Coronel Dulcídio, a Itupava foi denunciada dez vezes seguidas por moradores. No último ano, a “prainha da Itupava”, como é conhecida, se consolidou como um dos maiores refúgios da vida noturna de Curitiba, com pelo menos sete bares a céu aberto. No entanto, o assassinato a facadas de um homem no início de fevereiro, durante a madrugada, acendeu o alerta. Mesmo assim, moradores disseram que, por causa do clima de insegurança que se alastrou junto com os bares, a tragédia já era prevista.
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Líderes por extensão
O levantamento geral, que olha para todas as ruas de Curitiba e não apenas para as do núcleo boêmio, revela que as vias campeãs de barulho na capital, no entanto, não são as que atraem a juventude. Nesse sentido, dominam as reclamações Manoel Ribas, entre o São Francisco e Santa Felicidade; Marechal Floriano Peixoto, entre o Centro e Boqueirão; e a Pedro Gusso, entre o Capão Raso e a CIC.
Mas nesse balanço é necessário considerar algumas particularidades. Além de uma extensão bem maior, Manoel Ribas (com cerca de 10 km), Marechal Floriano (quase 12 km) e Pedro Gusso (com quase 5 km) ficam em áreas mais residenciais e são alvos, portanto, de queixas pulverizadas, que vão desde alarmes incessantes até o barulho da obra do vizinho.