Grupos de apoio à Lava Jato, como o “Vem pra rua, Curitiba”, o “Lava Togas” e o “Curitiba contra a corrupção”, realizaram um protesto nesta sexta-feira (7) em frente à casa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, em Curitiba. Cerca de 50 pessoas participaram do ato, que se transformou em peça teatral. Os manifestantes se dividiram em dois grupos. O primeiro vestiu togas pretas e máscaras dos onze ministros do STF, do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de políticos investigados na Lava Jato, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
O segundo grupo usava máscaras de palhaços para representar a população brasileira, segundo os organizadores. Durante a encenação, os ministros e os políticos abriram uma garrafa de champanhe e brindaram em frente aos representantes da sociedade. “É para simbolizar a festa dos poderosos em cima da população”, explicou uma manifestante, que estava com a máscara da ex-presidente Dilma.
Havia também fotos dos mesmos ministros e políticos espalhadas ao lado de vários cocôs de plástico. Os mesmos cocôs foram arremessados na direção da população ao final da encenação. Bandeiras do Brasil e cartazes de apoio à Lava Jato e com críticas ao STF foram espalhados na fachada do prédio de Fachin. As mensagens mais comuns eram: “a Lava Jato prende e o STF solta”, “gratidão eterna à Lava Jato”, e “a Lava Jato é o maior patrimônio do Brasil”.
Algumas velas foram colocadas em árvores “para iluminar o pensamento das nossas autoridades”, explicaram os organizadores. O grupo também gritou palavras de ordem, como “justiça já”, “viva Sergio Moro”, “Fachin petista” e “lugar de ladrão é na cadeia”. Um módulo móvel da Polícia Militar estava no local, mas não houve incidentes.
O objetivo do ato não era protestar contra Fachin, mas contra todo o poder Judiciário, segundo Narli Rezende, representante do ‘Curitiba contra a corrupção’. “O STF soltou o ex-deputado Rocha Loures com excesso de provas; o STF soltou a irmã e o primo do senador Aécio Neves com excesso de provas; o próprio Aécio está lá no Senado, quando deveria estar na cadeia, por excesso de provas”, disse Narli.
“As decisões recentes do Supremo nos deixam indignados e com sentimento muito grande de impunidade”, completou Célio Cordeiro, integrante do Acampamento da Lava Jato. Os manifestantes cobravam, a todo instante, a prisão de políticos citados em delações da Lava Jato. “Se a lei é igual para todos, por que os poderosos estão soltos? Enquanto isso, um pai de família desesperado que rouba um quilo de feijão vai passar anos na cadeia. Nós queremos que a injustiça dê lugar à justiça”, completou Narli.
Não há informações se Fachin estava em casa no momento do protesto. A assessoria do ministro informou que não ia se pronunciar.